
No litoral norte do Paraná, a cerca de 150 quilômetros de Curitiba, está a Ilha de Superagui, parte do Parque Nacional de Superagui, no município de Guaraqueçaba. Reconhecida pela Unesco como Reserva da Biosfera e Patrimônio da Humanidade, a região abriga manguezais, restingas, praias desertas e animais ameaçados de extinção.
Criado em 25 de abril de 1989, o parque se estende por quase 34 mil hectares e reúne uma biodiversidade. Entre os moradores ilustres da ilha estão o mico-leão-da-cara-preta, espécie endêmica da região e uma das mais raras do planeta, além do papagaio-da-cara-roxa e do bugio. Nas águas tranquilas da baía, botos aparecem com frequência, nadando próximos aos barcos de pescadores.
A principal porta de entrada do parque é a comunidade da Barra do Superagui, um vilarejo rústico de casas de madeira coloridas, onde não circulam carros. É ali que estão pousadas simples, campings e restaurantes que recebem os visitantes. À noite, o destaque é o fandango, dança tradicional do litoral paranaense, celebrado por moradores e turistas.
Praia Deserta e Ilha das Peças
A partir da vila, é possível explorar algumas das principais atrações da região, como a Praia Deserta, uma faixa extensa de areia clara, acessível por trilhas ecológicas que ajudam a preservar o ecossistema.
Outro ponto é a Ilha das Peças, localizada entre Superagui e a Ilha do Mel, conhecida pela grande presença de botos e por sua praia de sete quilômetros, ideal para cicloturismo durante a maré baixa. O trajeto até lá, feito de barco, pode incluir ainda a Baía dos Golfinhos, onde é comum observar raias-jamanta entre janeiro e abril.

A falta de infraestrutura sofisticada é justamente o que torna o destino diferente. Ao contrário de outros pontos turísticos do litoral paranaense, Superagui preserva um charme simples. As pousadas são de madeira. Nos quartos, costuma haver ventilador, ar-condicionado. No Airbnb é possível encontrar opções de hospedagem no local.
A base do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio), localizada a cerca de um quilômetro do desembarque, orienta visitantes sobre roteiros, guias e regras de preservação ambiental.
Reserva do Sebuí
Depois do trajeto de barco, o visitante encara uma trilha de quase uma hora em meio à mata até chegar às principais atrações da região: as cachoeiras de águas cristalinas. No entorno do parque, o rio Sebuí forma diversas quedas d’água que podem ser exploradas em passeios a partir da Comunidade de Sebuí e também na Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Sebuí.
Como chegar
Chegar à ilha é parte da experiência. O acesso só é possível de barco, com saídas a partir de Paranaguá, Guaraqueçaba ou da Ilha do Mel. A viagem dura em média três horas, dependendo das condições do mar. Para quem busca rapidez, há a opção das voadeiras, lanchas menores que encurtam o tempo de travessia.