Inclusão do professor

No próximo dia 15 de outubro comemora-se o Dia do Professor. Por isso, é preciso pensar em um tema que, cada vez mais, faz parte do cotidiano educacional: a inclusão de alunos com deficiência.

Carlos Alberto Chiarelli

No próximo dia 15 de outubro comemora-se o Dia do Professor. Por isso, é preciso pensar em um tema que, cada vez mais, faz parte do cotidiano educacional: a inclusão de alunos com deficiência. Esta inclusão promove o direito de toda criança a freqüentar a escola, independentemente de suas condições físicas, mentais ou sociais.
A grande pergunta ainda é: os professores estão preparados para atender estas pessoas? Acredito que as instituições de ensino deveriam ser abertas incondicionalmente a todos os alunos e, portanto, ser inclusivas. Para tal, a capacitação dos envolvidos para que a inclusão escolar se torne sucesso é essencial.

O projeto educacional inclusivo deve ser planejado por toda a sociedade como fruto de um exercício diário do reconhecimento, do valor e do respeito às diferenças. Por isso, sem ensinar aqueles que ensinam, os alunos irão encontrar inúmeras dificuldades de aprendizado, limitando o ingresso efetivo das pessoas com deficiência no processo de escolarização.

O desafio do novo pode assustar os que não possuem experiência com o assunto. Ainda mais em uma época em que a transmissão do conhecimento se realiza de maneira aprisionada por métodos formais de educação. Porém, é preciso ir além. E não só por causa da inclusão de estudantes com deficiência.

A capacidade de conhecer as limitações de cada aluno, transformando-o em um ser ativo na sociedade, é o compromisso básico que os professores devem enfrentar diariamente. Então, porque não estender tal compromisso com os alunos que necessitam e têm direito a inclusão?

Essas questões precisam ser mais expostas e debatidas porque é fundamental que se encontrem respostas rápidas e eficazes para o tema. Não se pode esperar que as soluções, muitas vezes, dependam de demorados programas governamentais.  A união de mestres e pais pode e deve auxiliar na busca por ações mais viáveis que favoreçam o avanço social do país.

Além do mais, é fundamental que se reconheça a extraordinária atuação de escolas especiais, normalmente criadas e mantidas por instituições valorosas, sem fins lucrativos, que tem história comprovada, no espaço do 3.° setor, enfrentando o problema e contribuindo mais que a estrutura oficial, para êxitos parciais em tão difícil empreitada.

Há que se ter consciência que a escola normal deve ser o receptáculo majoritário do processo de inclusão, sempre e quando sua estrutura física, gestão administrativa e projeto didático-pedagógico estejam preparados e habilitados para tanto.
Situações múltiplas, no entanto, ocorrem e a realidade nos mostra sem retoques que forçar situações de convivência artificial, ao invés de incluir, simplesmente inviabiliza a assimilação, distanciando pessoas. Daí, a valia das escolas especiais, não como regra geral, mas como complemento indispensável.

Associar o processo inclusivo, como um todo, à educação à distância (EAD), é uma nova rota que se abre e que precisa ser logo trilhada para atenuar tratamentos inadequados e ensejar a verdadeira promoção social. Este será um importante e novo capítulo dessa obra dinâmica.

Carlos Alberto Chiarelli é ex-Ministro da Educação, Doutor em Direito e Presidente da ACED (Associação da Cadeia Produtiva de Educação a Distância)