Uma pesquisa realizada pelo Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba (Setransp) durante sete dias em março de 2025 detectou 37.056 invasões a estações-tubo de Curitiba no período, 3% mais que o registrado no levantamento anterior, de setembro do ano passado.
A estação Carlos Gomes/André de Barros foi a que sofreu maior número de invasões, com 1.019 no período, seguido pela Marumby sentido Terminal Portão, com 866; Praça Rui Barbosa sentido Terminal Centenário, com 697; Kennedy, com 660; e Carlos Dietzch sentido bairro, com 631.
A ação dos chamados fura-catraca causa prejuízo para o sistema todo. No primeiro semestre de 2025, a estimativa é que prejuízo com fura-catracas chegou a R$ 5,7 milhões.
“As invasões prejudicam o transporte público, que deixa de receber a receita pelo serviço prestado e tem que ampliar gastos operacionais para reforçar a fiscalização e a colocar anteparos e barreiras. Isso encarece custos e penaliza os passageiros que pagam corretamente as passagens”, diz Ogeny Pedro Maia Neto, presidente da Urbs.
“As empresas realizam constantemente pesquisas para mapear os pontos com maior incidência de evasão e compartilham os dados com o poder público. Esperamos que essa iniciativa tenha o apoio da população, pois ela representa um avanço na busca por mais segurança e justiça para todos que utilizam e pagam corretamente pelo transporte público”, diz Angelo Gulin, presidente do Setransp.
Operações
A Prefeitura vem fazendo operações policiais contra passageiros que tentam entrar nos ônibus sem pagar passagem. Em junho, a Patrulha do Transporte Coletivo, da Guarda Municipal de Curitiba, prendeu em flagrante 17 adultos e apreendeu quatro adolescentes no Centro da cidade em uma operação fura-catraca. Trata-se da primeira grande ação do grupo criado pelo prefeito Eduardo Pimentel no dia 19 de maio, com o objetivo de reforçar a segurança nos ônibus.
Barreiras
Outra medida da Urbanização de Curitiba (Urbs) é a implantação de dispositivos contra fura-catracas em 62 estações-tubo da cidade. Serão 124 barreiras feitas de aço (duas para cada equipamento) para impedir a ação de pessoas que tentam entrar nos ônibus sem pagar passagem.
Os trabalhos devem iniciar no fim do mês, com conclusão prevista para setembro. Durante os trabalhos, as estações vão operar normalmente. Os dispositivos estarão nas laterais dos equipamentos, impedindo a entrada nos ônibus pelo lado de das estações-tubo.
A intenção da Urbs é que após a primeira etapa, mais estações sejam contempladas com a colocação dos dispositivos.
Teste
A Urbs também vem testando um outro modelo de barreira contra fura-catracas, desenvolvido partir da ideia de um passageiro. Ao contrário dos dispositivos fixos, colocados nas 62 estações-tubo, o modelo em teste é móvel, funciona através de contatos entre as lingüetas instaladas nas rampas e na estação-tubo. O acionamento do equipamento ocorre junto às portas de desembarque, quando a rampa do ônibus toca a plataforma.
O teste está sendo realizado, desde março, na estação-tubo Morretes, no bairro Portão. “Estamos avaliando, fazendo os ajustes necessários. Se conseguirmos bons resultados o projeto pode ser homologado para ser implantado em outras estações-tubo”, diz Alceu Portella, gestor da área de manutenção da Urbs.
Obra: Estação-tubo Rui Barbosa entra em reforma
A estação-tubo Praça Rui Barbosa sentido Pinheirinho, uma das maiores da cidade, acabou desativada parcialmente na segunda-feira (até 12 de agosto para obras de manutenção do piso.
As obras deverão isolar metade da estação tubo de cada vez (primeira etapa desativação das portas 1 e 2, o embarque deverá ser realizado pelas portas 3, 4 e 5). A linha que atende o local, a 603-Pinheirinho/Rui Barbosa, continuará a efetuar embarque e desembarque na estação-tubo.
A reforma faz parte do programa da Urbanização de Curitiba (Urbs) de revitalização de 69 estações-tubo da cidade, que vai até outubro de 2025.
Investimentos
Os investimentos fazem parte de um ciclo consistente de investimentos do Estado em segurança pública, que tem apresentado resultados expressivos. Em 2024, o Paraná registrou a menor taxa de homicídios da sua história: 14,06 mortes por 100 mil habitantes. Desde 2010, essa taxa caiu mais de 50%.
Além disso, houve redução em praticamente totos, roubos e crimes em áreas rurais. O Programa Patrulha Rural Comunitária 4.0, por exemplo, ajudou a reduzir em até 68% os crimes de furto de insumos agrícolas e em quase 58% os casos envolvendo animais.