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Ministério Público (Foto: Reprodução/ MPPR)

O jogador do América Futebol Clube Miguelito, preso pela prática do crime de injúria racial, foi denunciado pelo Ministério Público do Paraná. O crime aconteceu na noite deste domingo (4), em Ponta Grossa, na Região dos Campos Gerais, no estádio Germano Kruger de Ponta Grossa, durante uma partida de futebol válida pela série B do Campeonato Brasileiro.

Segundo a denúncia, durante o jogo disputado entre o time local do Operário Ferroviário e o América Futebol Clube, de Minas Gerais, o jogador do time mineiro que foi denunciado olhou para um integrante da equipe adversária e proferiu a expressão “preto do caralho”. O árbitro interrompeu a partida e aplicou o protocolo antirracismo da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), com uma paralisação de cerca de 15 minutos.

Após a ofensa, houve discussão e empurra-empurra entre os jogadores dos dois times, o que fez com que o árbitro parasse a partida e executasse o chamado “protocolo antirracista”, previsto pela Confederação Brasileira de Futebol para inibir atitudes racistas durante jogos. Após a confusão, o jogo foi retomado, mas, ao final, todos os envolvidos foram encaminhados à delegacia de polícia e o atleta do América MG foi preso em flagrante, sendo posteriormente solto para responder o processo em liberdade.

O MPPR cita na denúncia que “imagens oficiais do jogo aludido demonstram o exato momento em que o denunciado vira o rosto e profere a injúria racial contra a vítima”. No inquérito policial incluído na denúncia, é citado também que “a injúria racial, enquanto forma de exteriorização do racismo, carrega em sua prática especial gravidade, considerando o bem jurídico histórica e globalmente violado que se pretende proteger”. A Lei 7.716, que tipifica a injúria racial, estabelece pena de reclusão por período variando entre dois e cinco anos.