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Guaranho chega para o segundo dia do julgamento em Curitiba (Mateus Freitas)

O julgamento de Jorge Guaranho se aproxima do fim. Nesta quarta-feira (12) ocorreu o segundo dia de trabalhos no Tribunal do Júri de Curitiba, com os sete jurados que darão a palavra final sobre o caso ouvindo quatro testemunhas e uma perita. Já no final da tarde teve início o depoimento do próprio réu, que é acusado de homicídio qualificado por matar o guarda municipal Marcelo Arruda. Ele deve responder apenas aos questionamentos da defesa e também os dos jurados.

Guaranho, que era bolsonarista, invadiu em 2022 a festa de aniversário de Arruda, com temática sobre o Lula e o Partido dos Trabalhadores (PT), e o matou a tiros.

Hoje, a expectativa é que ocorram os debates entre defesa e acusação. O Ministério Público do Paraná (MPPR) sustenta que o crime teve motivação política e pede a condenação de Guaranho por homicídio qualificado. Já o advogado de defesa, Ércio Quaresma, sustenta que seu cliente teria agido em legítima defesa.

Última testemunha a ser ouvida no dia (antes do próprio réu), Alexandre José dos Santos, que era amigo de Marcelo Arruda, afirmou que Guaranho teria gritado “Bolsonaro” quando chegou ao local da festa. Ele ainda classificou os fatos ocorridos na ocasião como “dramáticos, impactantes e surreais”, revelando ter desenvolvido problemas psicológicos após o crime.

Outra testemunha importante foi Márcio Murback, amigo de Guaranho e que era diretor social do clube onde o crime aconteceu, em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná. Ele, que tinha acesso às câmeras de segurança do local, afirmou que havia visto, assim como Guaranho, a decoração petista da festa em vídeos. Inclusive, Murback chegou a ter conversar com uma terceira pessoa, mostrando insatisfação com o tema do evento.

A previsão inicial do Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR) e da assistência da acusação é que o julgamento dure três dias. Ou seja, a tendência é que nesta quinta-feira (13) ainda saia a sentença sobre o caso, com o Tribunal do Júri declarando Guaranho culpado ou acatando a tese dos advogados do réu, de legítima defesa, e absolvendo o acusado.

O julgamento ocorre em Curitiba após pedido desaforamento do caso, ou seja, a mudança de local. Isso teria ocorrido para se garantir a imparcialidade do júri.