O famoso Circular Centro, linha de ônibus que marcou o transporte público de Curitiba, deve voltar a circular no segundo semestre de 2026 com frota 100% elétrica e trajeto reformulado. A informação foi confirmada nesta segunda-feira (13) pelo presidente da Urbs, Ogeny Pedro Maia Neto.
A linha, que ficou conhecida pelos ônibus brancos e pela tarifa mais barata, foi desativada durante a pandemia. Agora, o retorno faz parte da nova concessão do transporte coletivo, que prevê veículos menos poluentes e mais conforto aos passageiros.
Segundo Maia Neto, o itinerário do Circular Centro está sendo redesenhado para atender melhor a população e cobrir diferentes pontos da região central de Curitiba. A proposta é que a nova rota facilite o deslocamento de quem trabalha, estuda ou faz compras no coração da cidade.
O projeto também faz parte da revitalização do Centro da cidade, pelo projeto Curitiba de Volta ao Centro. Com frota elétrica, a linha terá conforto sonoro e térmico, e ainda será sustentável, com zero emissões.
História
A linha Circular Centro começou a funcionar em 10 de setembro de 1981 e chegou a transportar 46 mil passageiros por mês em ambos os sentidos (horário e anti-horário). A linha circulou até 2020, quando foi desativada por conta da pandemia de covid-19.
O itinerário cobria percursos curtos para compras e passeios de segunda-feira a sábado.
O retorno do Circular Centro e a implantação de mais quatro linhas diretas são alguns projetos da nova concessão do transporte coletivo. Estão previstas as linhas diretas Terminal Tatuquara – Terminal Carmo; Terminal Pinheirinho – Terminal Centenário; Terminal Santa Felicidade – Terminal Bairro Alto; e Terminal Portão – Terminal Capão da Imbuia.
“São linhas que facilitarão muito a vida dos passageiros. Hoje, para ir do Tatuquara ao Carmo, o passageiro precisa ir até o Terminal Pinheirinho, de lá partir para o Terminal Capão Raso, e pegar o Interbairros 3 para chegar até o Terminal Carmo. Com a nova linha Tatuquara-Carmo não haverá necessidade de baldeação, será um percurso direto”, diz Maia Neto. Outras linhas, segundo ele, poderão surgir de acordo com a demanda. Entre os estudos está o retorno da linha Aeroporto, em parceria com a Agência de Assuntos Metropolitanos do Paraná.
Transporte sob demanda
Também estão previstos estudos para a implantação de um projeto-piloto de transporte sob demanda, modelo que começa a ser adotado por algumas cidades no Brasil. A ideia é oferecer mais flexibilidade ao passageiro, com veículos que circulam somente quando solicitados via aplicativo.
Pelo sistema, o usuário agenda a viagem no aplicativo, acompanha o veículo em tempo real e realiza o pagamento digitalmente — como nas ferramentas de carona. O trajeto é adaptado à demanda e o serviço será integrado ao sistema convencional, permitindo conexões com outras linhas.
Essa alternativa é especialmente útil em bairros com menor fluxo de passageiros ou demanda sazonal, reduzindo custos operacionais e oferecendo mais eficiência ao sistema.
Otimização de linhas
O projeto da nova concessão também prevê a revisão de 26 linhas com baixa demanda e pouca oferta de viagens. Esses itinerários serão ajustados para garantir mais eficiência, com integração temporal e eliminação de sobreposições.
A proposta busca racionalizar o uso da frota, melhorar a experiência dos usuários e ampliar a cobertura sem desperdício de recursos. A previsão é implantar as mudanças ao longo do novo contrato de concessão. O Sistema Integrado de Mobilidade (Sim) de Curitiba envolve 309 linhas, 22 terminais, 329 estações-tubo e frota de 1.189 ônibus. São 555 mil passageiros pagantes/dia útil e 6,4 milhões de viagens por mês.
Todas as informações sobre a nova concessão estão disponíveis no site, no qual os interessados também podem participar da consulta pública online.