Ela já se chamou BR-116, se tornou BR-476 e depois chegou a ser chamada de maior avenida de Curitiba. Mas, afinal, a Linha Verde, uma das principais vias de Curitiba, é uma rodovia ou uma avenida?
Até mesmo os órgãos oficiais chegaram a ter dúvidas num primeiro momento quando questionados. Após consultas, porém, a resposta oficial é de que o trecho de 22 quilômetros ainda é uma rodovia: a BR-476, segundo a Secretaria Municipal de Trânsito (Setran).
A dúvida tem razão de ser. É que antes da inauguração da Linha Verde, em 2009, a antiga BR-116 (que em 2002 se tornou BR-476 com a finalização do Contorno Leste) era uma estrada para carros e caminhões. Construída fora da cidade, acabou sendo ‘engolida’ com o crescimento da Capital, cortando a área urbana e dividindo o mapa em duas partes.
Diante de sua crescente importância para a cidade, esse pedaço da rodovia foi delegado ao município em 2004, com vigência até 2029. Isso significa que a Prefeitura de Curitiba é a responsável pela operação, manutenção, conservação e restauração da via que, ao menos por enquanto, ainda é propriedade da União — há um processo de municipalização em andamento na Secretaria de Patrimônio da União (SPU).
Confusão
A confusão entre rodovia e avenida e se o trecho seria de responsabilidade do município ou da União já causou inclusive entreveros ao andamento das obras da Linha Verde e até mesmo provocou a anulação de multas aplicadas em 2010 pela Secretaria Municipal de Trânsito (Setran).
Em 2011, o município teve remanejada uma emenda coletiva de R$ 35 milhões para a Linha Verde Sul. Foram dois os empecilhos: o convênio de delegação firmado em 2004 e a possibilidade de transferência definitiva dos trechos urbanos da BR-476 para Curitiba, o que impediria a utilização da emenda.
Já em 2013, foi vez de a Setran declarar nulas 3.061 multas por excesso de velocidade na Linha Verde. As cobranças pela infração, emitidas pela Urbs no perímetro urbano da BR-476 no período de julho a outubro de 2010. É que em 2010 foi assinado um convênio entre a instituição municipal e a Polícia Rodoviária Federal, autorizando a Urbs a fiscalizar vários tipos de infração no perímetro urbano, mas que não incluía a verificação de velocidade, competência exclusiva da PRF.
Obra pode ser finalizada no primeiro semestre de 2018
Retomada neste ano, as obras no trecho Norte da Linha Verde ganha fôlego com a autorização do governo federal para a Prefeitura licitar novas obras. O planejamento da Prefeitura era concluí-la no primeiro semestre de 2018. No momento, são várias frentes de trabalho, como a construição da trincheira entre bairros Bacacheri e Bairro Alto por baixo da rodovia, obras de melhorias, nova pavimentação e a retirada do canteiro central para a construção de uma nova canaleta para o transporte coletivo, por onde passará uma nova linha do Ligeirão.
No começo deste mês, mais uma etapa de pavimentação das obras da Linha Verde Norte, entre o Bairro Alto e o Bacacheri, teve início. Equipes contratadas pela Prefeitura começaram a fazer os últimos metros do pavimento de concreto da canaleta central, por onde passará o ônibus Ligeirão. Foram pavimentados cerca de 150 metros da canaleta exclusiva do transporte coletivo, entre a ponte sobre o Rio Bacacheri e um pouco para frente do Hospital Vita.
A Linha Verde Norte é a maior obra viária em andamento na cidade. Vai sair a rodovia que dividia a cidade e uma nova avenida, integrando Curitiba, está surgindo, afirmou o vice-prefeito e secretário de Obras Públicas e Infraestrutura, Eduardo Pimentel.
Quando a revitalização estiver pronta serão seis pistas de circulação para os veículos. Duas marginais de cada lado, duas vias locais em cada sentido (a Linha Verde propriamente dita) e uma canaleta do transporte público no meio.