
Cidades no Litoral do Paraná enfrentam os resultados das grandes chuvas que assolaram a região com início na sexta-feira (7) e que prosseguiu até o sábado (8). Prefeituras decretaram situação de calamidade pública.
Com 45 bairros atingidos, conforme a Secretaria Municipal de Segurança, a Prefeitura de Paranaguá decretou Calamidade Pública. O anúncio foi feito pelo prefeito Adriano Ramos (Republicanos), em coletiva no final da tarde de sábado (8) no Palácio São José.
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“Fomos castigados com 282 milímetros de chuva. Esse é o terceiro castigo que Paranaguá está enfrentando desde janeiro. Tomamos a decisão em conjunto de fazermos um Decreto de Calamidade Pública no município para que possamos realizar obras emergenciais de drenagem que Paranaguá necessita”, anuncia o prefeito Adriano Ramos.
Conforme a Defesa Civil, em decorrência das chuvas, 100 pessoas ficaram desalojadas e 500 famílias foram afetadas pelo temporal de alguma forma. As colônias abrangem a região mais atingida. Equipes do Corpo de Bombeiros e Defesa Civil realizaram resgates e até domingo pela manhã, ainda havia dificuldade de chegar em determinadas áreas na zona rural de Paranaguá conforme a Prefeitura.
Thaylan Willian Santos da Silva, morador no Jardim Figueira, foi um dos residentes que teve sua casa atingida pelas fortes chuvas. “Nos assustamos com o grande volume de chuva. Apesar da água não invadir nossa casa, nosso maior prejuízo foi no terreno que recentemente aterramos e a água acabou levando boa parte desse aterro. Sofremos com o deslocamento de terra. Felizmente foi apenas o prejuízo material, o susto e a noite acordados sem saber o que viria durante a madrugada”, lamenta.









Calamidade pública: Morretes
As fortes chuvas impactaram diretamente 245 famílias em Morretes. Como Paranaguá, o Poder Público Municipal, também pretende decretar Calamidade Pública. Conforme a Prefeitura, no momento mais crítico, 41 pessoas ficaram desalojadas buscando abrigo com familiares ou conhecidos e 32 ficaram desabrigadas. Atualmente, todas já retornaram para suas residências ou foram realocadas.
Em Morretes, os bairros Candonga, Sambaqui, Pindaúva, Mundo Novo do Saquarema, Marta, Rio Sagrado e Floresta foram os mais afetados. Diante da situação, o Governo do Estado, em parceria com a Defesa Civil, enviou donativos e caminhões-pipa para auxiliar as famílias. Municípios vizinhos também prestaram apoio, como Pontal do Paraná, Antonina, Quatro Barras, Balsa Nova e Campo do Tenente.
No domingo, 9, três ônibus escolares foram enviados às comunidades afetadas com equipes da Defesa Civil e voluntários para entregar donativos. No total, 81 residências foram atendidas, com a distribuição de 136 colchões, 20 cestas básicas, 80 kits de limpeza, 70 kits de higiene pessoal, 92 kits dormitório, 23 caixas de copos de água, 48 mil litros de água potável (caminhão-pipa) e 12 mil litros de água para higienização.
Nesta segunda-feira, 10, as equipes retornaram às comunidades atingidas para continuar a entrega de donativos.
Ponte sofre danos
A ponte localizada na comunidade do Candonga, que sofreu danos significativos devido às fortes chuvas ocorridas, permanece interditada. Após vistoria técnica, foram constatados diversos problemas na estrutura da ponte, incluindo a fundação comprometida, que sofreu erosão devido ao volume de água, resultando na remoção parcial de um dos lados; a estrutura instável, com risco iminente de colapso devido ao comprometimento da fundação; assentamento diferencial, que indicou perda de sustentação; e danos às pranchas de madeira da estrutura, que apresentaram deslocamento, quebras e apodrecimento acelerado. Diante do risco de colapso, a interdição da ponte é imprescindível para garantir a segurança da população.
Após vistoria técnica, foi constatado que a ponte está comprometida e apresenta risco estrutural, especialmente para veículos por conta do peso. No entanto, a passagem de pedestres ainda é possível porque, apesar dos danos na fundação e na estrutura, há trechos que mantêm sustentação suficiente para suportar o peso de pessoas a pé. A recomendação da Prefeitura é que a travessia seja evitada, mas, por se tratar do único acesso para os moradores, pedestres ainda conseguem passar com máxima cautela.
Calamidade Pública: além danos materiais, duas mortes em Guaratuba
A tempestade que assolou o Litoral do Paraná deixou marcas em Guaratuba. Além da destruição de bens materiais, duas pessoas morreram em decorrência das fortes chuvas. Um casal de 26 e 20 anos, não conseguiram deixar sua residência e foram levados pela enxurrada, conforme o prefeito de Guaratuba, Maurício Lense (Pode). “A maioria das famílias conseguiu deixar suas casas, mas esse casal infelizmente não conseguiu sair a tempo. Prejuízos materiais conseguimos recuperar, mas perder vidas é muito triste”, lamenta o prefeito. O casal residia em uma localidade chamada Ribeirão Grande onde o Rio Canavieira desviou seu curso e causou grande devastação. Foram 8 casas destruídas e dezenas de outras alagadas ou avariadas.
A cidade decretará Emergência para recuperar os locais mais atingidos Cubatão que fica a 70 quilômetros do centro de Guaratuba e Limeira a 90 quilômetros. Equipes da prefeitura estão distribuindo água potável, materiais de limpeza, colchões e cestas básicas às famílias atingidas.
Nesta segunda-feira (10) os trabalhos seguem para identificação precisa do número de pessoas atingidas direta e indiretamente; reunião com o Instituto Água e Terra (IAT) para discutir um sobrevoo na área onde o rio desviou seu curso e avaliar a necessidade de retificação do traçado; a continuidade da assistência direta às famílias afetadas e o levantamento da área com imagens de drone.
As aulas nas escolas municipais nas áreas atendidas estão suspensas por três dias. Equipes da prefeitura trabalham na recuperação emergencial das estradas e na reconstrução da cabeceira da ponte sobre o Rio Cubatão (tráfego normal). A ponte do Rio Conceição, na Limeira, foi arrastada pelas águas, tráfego suspenso.
Atendimentos em Antonina
Em nota oficial, a Prefeitura de Antonina informou que suas equipes seguem prestando assistência às famílias atingidas. No sábado e domingo, aproximadamente 150 famílias foram atendidas, garantindo apoio e suporte essencial.
Na comunidade do Cedro, zona rural do município, mais de 30 casas foram afetadas. Para minimizar os impactos, já foram entregues mais de 40 cestas básicas, além da distribuição de roupas e água potável às famílias necessitadas.