Conheça o locutor Mário Mikosz, que está há 65 anos no ar em rádio no Litoral do Paraná

Aos 92 anos, Mário Mikosz tem muitas histórias para contar

Flavia Adans
Mário foto Flávia Adans 1

Foto: Flávia Adans

 “A Lua é dos namorados”. Quem ouve a citação não consegue evitar em pensar no comunicador Mário Mikosz. Aos 92 anos, o locutor é conhecido por sua voz marcante, suas citações como “cigarro, não fume, apague essa ideia” e pelos mais de 65 anos como comunicador na Rádio Difusora de Paranaguá. Ele viu o crescimento da cidade, a evolução da energia elétrica no município, a chegada da transmissão televisionada, os primeiros prédios sendo erguidos e narrou aos ouvintes cada momento do dia a dia da cidade considerada a mãe do Paraná.  Mário Mikosz é o locutor mais antigo ainda na ativa. “Estou afastado por três meses em decorrência de uma enfermidade, mas logo voltarei aos microfones”, afirma sorridente.

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Em 1958, ainda em Curitiba, Mário Mikosz, trabalhava em um departamento do Governo do Estado e era colaborador na Rádio Santa Felicidade, uma rádio católica da capital paranaense. Na época ele fazia rádio e teatro, algo comum no período, com novelas sendo transmitidas pelas ondas do rádio. Foi naquele ano que seu primo, diretor da emissora, disse que ele tinha talento e voz para ser locutor.

Seus parentes já residiam em Paranaguá e ele, a passeio pela cidade, resolveu se oferecer como voluntário na Rádio Difusora dirigida na época, pelo padre Armando Russo. “A partir daí, me tornei voluntário e o que seria por um mês está durando até hoje. Já estou aposentado, mas continuo colaborando com a emissora”, conta.

A história de Mário Mikosz

Mário Miksz ingressou na rádio Difusora em 1958, aos 26 anos e de lá para cá, viu muitas evoluções na cidade como a inauguração do Edifício Palácio do Café. “Foi um marco em uma época boa do café no Estado do Paraná. Naqueles tempos havia um problema grave em Paranaguá, a falta de energia elétrica. Tínhamos no Bairro Campo Grande, um motor que a gente escutava o barulho muito alto do motor lá no porto, mas a luz era fraquinha, o barulho do motor era mais alto que a própria luz. Então, em decorrência de um descontentamento da população de Paranaguá houve um quebra-quebra. Uma manifestação com uma fogueira muito grande na esquina da praça Fernando Amaro bem onde estavam construindo o Palácio do Café com seus 12 andares”, lembra.

Mário descreve que naquela época, por falta de energia elétrica de qualidade, a rádio – única na cidade – só transmitia a programação das 7h às 11h e retornava às 13h. “Ney Braga ganhou a eleição, prometeu que ia resolver o problema de energia elétrica em Paranaguá por causa do Porto e do hospital Santa Casa de Misericórdia e realmente, no primeiro ano daquele governo, já tínhamos energia elétrica vindo da torre de Antonina. Isso nos anos de 1960”, relembra.

Mário Mikosz: Voz inconfundível

Sobre suas famosas citações, Mário se alegra ao ver pessoas de todas as idades repetindo as frases ou as relacionando ao locutor. Como é o caso da moradora no Porto Seguro, Luana da Silva, de 35 anos. “Lembro que meu avô tinha um rádio relógio e nós acordávamos ouvindo a voz do ‘seu Mário’ no rádio. Me arrumava para ir à escola ouvindo o programa com informações e música também. A voz dele é inconfundível”, comenta.

“A gente faz umas brincadeiras para deixar a cidade mais alegre, comenta assuntos sérios, leva a informação para as pessoas. Fico feliz por elas gostarem e receberem mensagens importantes por meio do rádio”, enfatiza.  Mário Mikosz completará 93 anos em 27 de julho, dois dias antes do aniversário da cidade de Paranaguá.