Você já viu uma revoada de guarás ao entardecer? Essa cena incrível, marcada pelo contraste do vermelho vibrante da ave com o céu litorâneo, é cada vez mais comum em Guaratuba, no litoral do Paraná. Mas nem sempre foi assim. A espécie chegou a desaparecer da região por cerca de 80 anos.
Foi só em 2008 que os primeiros guarás voltaram a ser vistos, graças ao trabalho dos pesquisadores Marcos Wasilewski e Fabiano Cecílio da Silva, do Instituto Guaju. Eles registraram o retorno da ave no dia 23 de julho daquele ano, marcando o início de um novo capítulo para a biodiversidade local.
A importância do guará é tão grande que ele se tornou, por lei, o símbolo oficial do município. A data do reencontro com a ave virou o Dia do Guará, instituído pela Lei Municipal nº 1.933/2022, e é celebrada anualmente com atividades de conscientização ambiental.
Guará virou símbolo de educação, pesquisa e turismo
Desde o retorno da ave, o trabalho de pesquisa e preservação só cresceu. Hoje, o projeto é coordenado por Edgar Fernandez, pesquisador ligado ao Programa de Pós-Graduação em Sistemas Costeiros e Oceânicos da UFPR. Ele estuda o comportamento, os hábitos e a relação dos guarás com os manguezais, ecossistemas fundamentais para a vida costeira.
Além da relevância científica, o guará também virou ferramenta de educação ambiental. Por ser uma espécie “guarda-chuva”, sua proteção ajuda a preservar outras espécies e todo o ecossistema ao seu redor. Isso tem sido cada vez mais valorizado por escolas, instituições e visitantes.
Revoadas atraem turistas e movimentam a economia local
Com a popularização das revoadas dos guarás, Guaratuba viu crescer o número de turistas interessados em ecoturismo e observação de aves. Gente de várias partes do Brasil e até de fora do país vem conferir de perto esse espetáculo natural.
Para celebrar a data, o Instituto Guaju está promovendo passeios gratuitos de observação dos guarás. O primeiro aconteceu nesta quarta-feira (23), ainda há data marcada para os próximos.