Captura de tela 2025-03-20 172738 aves
Foto: Raphael Sobania

A poluição por microplásticos, cada vez mais presente em águas costeiras globais, representa uma ameaça significativa aos ecossistemas marinhos, incluindo o litoral paranaense. O Programa de Recuperação da Biodiversidade Marinha (REBIMAR), da Associação MarBrasil, confirmou a presença de microplásticos na água, sedimentos e em animais, como peixes e aves, incluindo a coruja-buraqueira.

O estudo pioneiro no país, realizado na Grande Reserva Mata Atlântica, abrange o Complexo Estuarino de Paranaguá, Baía de Antonina, Baía de Paranaguá, Baía das Laranjeiras, Baía de Guaraqueçaba e o Canal da Galheta, próximo à Ilha do Mel e Baía de Guaratuba. O projeto conta com o patrocínio do Governo Federal, através do programa Petrobras Socioambiental.

Segundo Fernanda Possatto, coordenadora do componente de lixo no mar do Programa Rebimar, a pesquisa busca obter um panorama completo da contaminação por microplásticos no litoral, incluindo baías, praias e rios, além da contaminação em peixes comerciais e aves da região.

A pesquisa revelou a presença constante de microplásticos em todo o estuário, tanto em áreas densamente povoadas, como Paranaguá, quanto em unidades de conservação isoladas. “Nas baías também existe contaminação, o que comprova que o microplástico não obedece a fronteiras geográficas”, explica o oceanógrafo Allan Paul Krelling, coordenador da pesquisa e professor do Instituto Federal do Paraná (IFPR).

Os resíduos plásticos se concentram na superfície da água, dispersados por marés e correntes marítimas. Essas plumas ou espumas contêm plásticos visíveis a olho nu e atraem pequenos organismos e matéria orgânica, que servem de alimento para animais marinhos. No entanto, essas áreas também acumulam microplásticos, que podem ser ingeridos por animais de diferentes portes, como peixes, aves, tartarugas e mamíferos marinhos, alerta Fernanda Possatto.