PHOTO-2025-04-16-14-15-24
(Foto: Arquivo Pessoal)

“Sem intervalo para sorrir: Memórias de 29 de abril de 2015, o dia em que professores entraram em batalha para defender o ensino público” será lançado no dia 25 de abril, às 18h30, no auditório da APP-Sindicato (Avenida Iguaçu, n° 880 — Rebouças, Curitiba/PR). O livro-reportagem da jornalista Louize Lazzarim lembra os 10 anos do “Massacre do Centro Cívico”, quando professores, funcionários de escola, alunos e demais servidores públicos foram duramente atacados pela Polícia Militar (PM) em frente à Assembleia Legislativa do Paraná (Alep).

O ano letivo de 2015 se iniciou com diversos obstáculos à educação do estado. Estruturas físicas prejudicadas, falta de professores temporários e atraso no pagamento dos educadores foram alguns dos motivos que movimentavam a categoria para uma possível mobilização.

Em fevereiro de 2015, o ex-governador Carlos Alberto Richa (PSDB) colocou em votação medidas que aumentavam os impostos, alteravam o Regime de Previdência dos Servidores Públicos e cortavam os gastos, entre outras propostas antipopulares. Acumulados os motivos, os professores entraram em greve e faziam acampamento em frente à Alep.

“É urgente não esquecer. Muitos dos professores e funcionários que tomaram parte do 29 de abril de 2015 traziam na memória o exemplo das lutas anteriores, como o 30 de Agosto de 1988. E é nesse sentido que essa obra ganha uma relevância imensa: a de compartilhar a dor e a revolta, mas também a coragem dos que estiveram no Centro Cívico”, comenta Fabiano Stoiev, professor de História do Colégio Estadual Bento Munhoz da Rocha, que foi um dos personagens do livro-reportagem.

Sem intervalo para sorrir não se limita às vozes da educação, traz também jornalistas, como Luiz Carlos Jesus, que fazia a cobertura da manifestação quando foi atacado por um cachorro da PM, e também de políticos, como o ex-prefeito Gustavo Fruet e o ex-governador Beto Richa. A obra colabora na criação de um mapa dos micro-acontecimentos que compuseram o “massacre”, com a ideia da simultaneidade — enquanto um professor era baleado, outro fugia dos PMs.

Para compor a obra, a autora ouviu personagens a partir de uma rede de indicações. “Uma das perguntas que direcionei para cada entrevistado foi “Quem você acha que é fundamental para contar essa história?” e, a partir das respostas, eu fiz uma seleção em busca de um grupo diverso, com mulheres, pessoas negras e aqueles que tinham cicatrizes físicas, além das emocionais”, complementa Louize.

Como resultado, foram escutadas 21 pessoas, entre elas cinco professores(as) da rede estadual de ensino que também eram dirigentes sindicais (Claudia Gruber, Fabiano Stoiev, Hermes Leão, Valci Mattos e Walkiria Mazeto), três policiais (Luciano Blasius, Bento Aleixo e Eyrimar Bortot (professor e policial)), um bombeiro, oito professores da rede estadual de ensino (Ângela Machado, Simone Incote, José Gonçalves, José Reinaldo Antunes Carneiro, Beatriz Alessi), uma professora da rede municipal de ensino (Elecy Maria Luvizon), três jornalistas (Luis Carlos Jesus, Toninho Nascimento, Henry Milleo), uma funcionária de escola (Isaide Joay), um ex-prefeito (Gustavo Fruet) e um ex-governador (Beto Richa). Quanto aos gêneros, foram oito mulheres e treze homens.

Foi pensando em reunir todas essas vozes que compuseram ou foram afetadas pelo dia 29 de abril de 2015 que a autora decidiu lançar a obra no auditório da APP-Sindicato, local de pertencimento e acolhimento aos educadores. O evento será mediado pelo jornalista Luis Lomba e também haverá leituras de alguns dos trechos do livro-reportagem.

Serviço

Lançamento — Sem intervalo para sorrir: memórias de 29 de abril de 2015, o dia em que professores entraram em batalha para defender o ensino público

Quando: sexta-feira, 25 de abril

Horário: 18h30

Onde: APP-Sindicato (Avenida Iguaçu, n° 880 — Rebouças, Curitiba/PR)