Na próxima semana acontece a 3ª edição dos Jogos Brasileiros para Transplantados. Os jogos acontecerão de 18 a 21 de setembro em Curitiba. O evento, realizado a nível nacional, tem como objetivo principal celebrar a superação e promover a conscientização sobre a doação de órgãos. Mais de 100 atletas já confirmaram presença.
Hoje, no Brasil, 45% das famílias ainda se recusa a autorizar a doação, segundo a Associação Brasileira dos Transplantados (ABTx). De acordo com o Ministério da Saúde, 78 mil pessoas estão na fila da doação de órgãos.
Para aqueles que conseguem o transplante, os Jogos são uma forma de celebrar a vida e, sobretudo, conscientizar a população sobre a importância da doação de órgãos. É o caso de Sueli e Stephanie, tia e sobrinha que moram em Curitiba e vão participar dos Jogos na modalidade caminhada. Stephanie, que hoje tem 29 anos, teve problemas renais desde a infância e, aos 18 anos, precisou passar pelo transplante. A tia, que é também madrinha, relembra.
“Na hora que fiquei sabendo que ela precisaria fui correndo fazer os exames pra saber se eu era compatível. Não pensei duas vezes”, conta ela. Desde então, dinda e sobrinha celebram todos os anos a nova vida. “Nossa conexão, que sempre foi forte, só se fortaleceu. Todo ano a gente compra um bolinho pra comemorar, e neste ano resolvemos participar juntas dos Jogos como forma de celebrar a vida”, conta Stephanie.
“Participar dos Jogos juntas é mais do que praticar esporte: é também uma forma de celebrar a vida, mostrar que é possível viver plenamente após um transplante e incentivar outras pessoas a dizerem sim à doação”, ressalta Stephanie. Para a tia, o número alto de pessoas que se recusa à doação de órgão está relacionado ao medo e ao pouco conhecimento sobre o assunto.
“As pessoas ainda têm receio por falta de informação. Mas é um processo tranquilo, e que em geral, não traz nenhum malefício para quem doa. Eu mesma não tive nenhuma sequela e acredito que compartilhar histórias como a nossa ajuda a conscientizar sobre a doação”, conta a professora.
Tia e sobrinha vão fazer a caminha de 5km e estão treinando para a competição. “O esporte sempre fez parte da minha vida e a caminhada vai ser a prova de que é possível viver plenamente depois de um transplante”, diz Stephanie. Mas além da caminhada de 3, 5 e 10km, outras oito modalidades também vão fazer parte desta 3ª edição: atletismo, beach tênis, corrida de rua, ciclismo, natação, tênis de campo, tênis de mesa e triatlo virtual. Nesta edição, além de poderem participar os transplantados e doadores de órgãos, podem concorrer nas modalidades também equipes de saúde que atuem na área de transplantes.
Modalidades e categorias
As provas serão divididas por faixa etária e gênero (somente para os adultos), com as categorias: infantil (até 13 anos), júnior (14 a 17 anos) e adulto (a partir de 18 anos). Cada atleta pode participar de até cinco modalidades.
Entre as provas disponíveis estão:
Atletismo: 100m, 200m, 400m, 800m, salto em distância, arremesso de peso e pentatlo infantil (circuito)
Beach tênis: disputado em duplas
Corrida e caminhada: corrida de rua (5 e 10 km) e caminhada (5 km)
Ciclismo: 20 km
Natação: provas livres (25m a 400m), peito e costas (50m e 100m)
Tênis de campo: simples e duplas
Tênis de mesa: categoria simples
Triatlo virtual: corrida, ciclismo e natação combinados
As provas serão realizadas em diversos pontos da cidade, como a Praça Oswaldo Cruz, o Clube 3 Marias e o Velódromo de Curitiba. Os três primeiros colocados em cada categoria recebem medalhas. No evento Circuito para categoria infantil (até 13 anos), todos os atletas receberão medalhas de participação. Em eventos que envolvem classificação antes da final (ex: Tênis de campo), medalhas de bronze duplicadas serão concedidas a ambos os semifinalistas perdedores.