O líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), Valmir Mota de Oliveira, o Keno, morto no último domingo em um confronto com seguranças particulares na fazenda da Syngenta Seeds, em Santa Tereza do Oeste, estaria marcado para morrer desde março deste ano. A Subdivisão de Cascavel registrou, no dia 28 de março, um boletim de ocorrência sobre a ameaça de morte, alertada em um telefonema anônimo, contra Keno, Celso Ribeiro Barbosa e Célia Lourenço, também do MST.
De acordo com o registro da ocorrência, a pessoa fez o alerta dizendo para que tomassem cuidado porque estavam preparando uma armadilha para eles. Os sem-terra confirmam que a intenção dos seguranças ao voltar na fazenda Syngenta no domingo passado era a de matar as lideranças. “Temos certeza de que a intenção deles era matar o Keno, a Celinha e eu. Eu não estava lá à tarde e atiraram na Isabel Maria Nascimento de Souza, achando que era a Celinha, pois são parecidas. Se eu estivesse lá naquela hora, com certeza teria sido assassinado e Keno já era carta marcada para morrer”, contou Barbosa.
Ontem a polícia recebeu imagens gravadas do momento do confronto. Também foram ouvidos mais testemunhas, incluindo os sem-terras. A polícia quer saber de quem seriam as armas usadas no revide aos seguranças.