Mercado e cultura das bicicletas pedalam ladeira acima em Curitiba

Lojas especializadas se multiplicam, assim como os passeios nas regionais; só falta mesmo mais espaço nas ruas, cobram ativistas

Rodolfo Luis Kowalski -especial para o Bem Paraná

O sentimento entre as empresas de Curitiba que trabalham com a venda de bicicletas é unânime: o mercado de bikes está pedalando ladeira acima. Na Capital Paranaense, já existem 326 empresas que comercializam bicicletas e produtos associados ou funcionam como oficinas de reparação, segundo dados da Junta Comercial do Paraná (Jucepar). Além disso, entre 2% e 3% dos deslocamentos na cidade são realizados em cima de uma magrela, segundo estudos do Detran-PR.

A bicicleta entrou em voga, voltou a moda, afirma Alexandre Hain, gerente e neto do fundador da Agência Bicicleta, a mais antiga bicicletaria de Curitiba. Além disso, com o trânsito meio caótico, o pessoal está buscando diferentes formas de locomoção. Já Marcel Portella, gerente da Portella Bikes, aponta que o clima verde começa a entrar na agenda de preocupações dos cidadãos. Há anos fala-se do meio ambiente e isso vem entrando na cabeça das pessoas. É barato e vem sendo cada vez mais respeitado, diz.

Embora os dados referentes ao Paraná ainda sejam escassos, os referentes ao Brasil apontam que, de fato, o mercado das bikes está em ascensão. Segundo a Associação Brasileira da Indústria, Comércio, Importação e Exportação de Bicicletas, Peças e Acessórios (Abradibi), o país conta com mais de 70 milhões de bicicletas. O setor movimenta R$ 900 milhões por ano, com as vendas alcançando cerca de 5 milhões de unidades — o dobro se for contado o mercado informal.

Jucepar — Se não há dados sobre a quantidade de magrelas circulando pela Capital, pelo menos o conjunto de lojas voltadas para o setor é um termômetro do quanto a população está aderindo. Desde 2010, o número de novas empresas no setor abertas em Curitiba só faz crescer.

O comércio varejista de bicicletas e triciclos, peças e acessórios tem, a cada ano, a abertura de 33 novas lojas na cidade, em média. Neste ano, só até o dia 31 de julho, já foram 33 novos negócios abertos regularmente, segundo a Jucepar. Da mesma forma a quantidade de oficinas de reparação vem aumentando. Em 2010 foram 14 novas lojas abertas. No ano passado, foram 21.