Divulgação – Irmã Maria Cristina

A educadora Martha Marques, mais conhecida como Irmã Maria Cristina, diretora do tradicional Colégio Nossa Senhora de Sion, morreu neste domingo (14), em Curitiba, aos 89 anos.

Soeur Cristina morreu de causas naturais e de forma tranquila em sua casa, no Colégio Sion. O corpo será velado na Capela do Colégio Nossa Senhora de Sion e o sepultamento acontece ainda neste domingo, às 15 horas no Cemitério Municipal São Francisco de Paula. Em virtude da pandemia do coronavírus, o velório será restrito a familiares e, infelizmente, sem permissão de entrada do público.

Irmã Maria Cristina nasceu na cidade de Carangola (MG), em 1931. Aos 11 anos, ela ingressou no Colégio Sion de Petrópolis (RJ), em regime de internato, e lá permaneceu até os 20 anos. Após a conclusão dos estudos no Colégio, cursou Geografia, História, Artes, Teologia e especializou-se em Orientação Educacional.

Irmã Maria Cristina se tornou curitibana de coração. A pedagoga chegou a Curitiba em 1956 com a missão de educar e formar pessoas. Antes disso, ente 1952 e 1956, ela esteve no convento de Grambourg, na França, e fez estágio por três anos com Hélène Lubienska de Lenval, discípula direta de Maria Montessori. Lubienska a fez enxergar a importância da integração da educação intelectual com a formação de cidadania.

Em 1956, o Colégio Sion de Curitiba passou por uma reformulação e a direção foi assumida pela Irmã Maria Cristina, que tinha um grande objetivo a cumprir: oferecer educação cristã de qualidade ao maior número de crianças.  Já começou inovando: de instituição exclusivamente para meninas, o Sion passou a aceitar o ingresso de alunos de ambos os gêneros.

“Eu fui premiada, graças a Deus, foi mesmo um sonho que eu realizei e que as crianças caminharam comigo. Nada me faltou, as crianças sempre me correspondendo e as que saíam vinham com muito amor. Eu não posso desejar mais nada”, dizia a Irmã Maria Cristina.

Método

A Irmã teve que quebrar muitos paradigmas. Se hoje o Método Montessori é aclamado mundialmente como metodologia que forma o ser humano integralmente, na década de 1960 conceitos como lanchar no chão, ausência de carteiras convencionais e avaliação do aluno diferenciada chocaram os pais curitibanos.  “A implantação do método foi muito difícil, no princípio, para os pais aceitarem uma metodologia que eles não conheciam”, contava. 

O Método Montessori prevê um programa individualizado de ensino para os alunos que escolhem os materiais – específicos para a estimulação sensorial – com que vão trabalhar. Durante o aprendizado a criança é incentivada a desenvolver o senso de responsabilidade e a autoconfiança e, ainda, a manter a disciplina sem perder a autonomia. Nesse contexto, o professor age como um mediador e se encarrega de identificar e trabalhar as dificuldades de cada criança.

Na década de 70, Irmã Maria Cristina vem com outra inovação: adotar uma proposta complementar na educação de seus alunos, o Ramain. Baseado em exercícios psicomotores, gráficos, manuais e movimentos executados em grupo, integra os aspectos intelectual, afetivo e motor e se propõe a desenvolver habilidades como foco, organização, inteligência emocional e perseverança.

Atualmente, o Sion é gerenciado sob forma de colegiado, pelo qual as diretoras Magda Lopes Bacellar, Juliana Pedroso, Luciana Suplicy Gonçalves e Sandra Sfair traçam estratégias em conjunto. Magda Lopes Bacellar é responsável pelo Integral Batel, enquanto Juliana Pedroso é responsável pela equipe de Comunicação e Marketing,  Luciana Suplicy Gonçalves pela Educação Infantil Solitude e Sandra Sfair é vice-diretora na sede Solitude.

Luto oficial

O prefeito Rafael Greca decretou neste domingo, luto oficial de um dia pela morte da educadora Martha Marques, 89 anos, conhecida como Soeur Cristina, a Irmã Maria Cristina. “Lamento a perda da Souer Cristina, educadora de vanguarda,  responsável pela implantação do Método de Ensino Montessori em Curitiba e que deixou importante legado na Educação, formando gerações no Colégio Sion”, disse Greca.