MPPR pede prisão preventiva de investigado por manter mulher e filho de 4 anos em cárcere privado na Grande Curitiba

Redação Bem Paraná
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O Ministério Público do Paraná (MPPR), por meio da 2ª Promotoria de Justiça de Rio Branco do Sul, pediu nesta segunda-feira (17) a prisão preventiva do homem de 23 anos investigado por ter mantido a própria mulher e o filho de apenas 4 anos em cárcere privado no município de Itaperuçu, na Região Metropolitana de Curitiba. Ele foi preso na sexta (14). Mas, após a prisão, o suspeito passou por audiência de custódia no domingo (16) e foi liberado para responder em liberdade. A mulher e a criança foram encaminhadas para um endereço de acolhimento.

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Ao requerer a prisão do investigado, a Promotoria de Justiça destaca a periculosidade do suspeito e a necessidade da medida para a garantia da segurança da mulher e de seus familiares.

A 2ª Promotoria de Justiça de Rio Branco do Sul acompanha as investigações sobre o caso para posterior oferecimento de denúncia e atua para garantir que a vítima receba o devido acompanhamento psicológico pela rede local de proteção.

A Polícia Militar do Paraná (PMPR), em conjunto com a Polícia Civil do Paraná (PCPR), prendeu o suspeito na zona rural de Itaperuçu, na Região Metropolitana de Curitiba.

Mulher denunciou cárcere privado em e-mail

A ação teve início após a vítima de cárcere privado enviar um e-mail à Casa da Mulher Brasileira relatando que estaria sendo mantida em cárcere privado junto com o filho, de 4 anos. No relato, ela mencionou que sofria agressões físicas, ameaças e que era monitorada por câmeras de segurança 24 horas por dia.

Conforme o aspirante a oficial da PMPR Elielton Alexandretti, com base nessas informações, equipes da Polícia Militar se deslocaram até o local. Durante a abordagem, a vítima de cárcere privado negou inicialmente ter enviado o pedido de socorro. “No entanto, após identificarmos o celular utilizado para registrar o e-mail da denúncia, a mulher confirmou os fatos e detalhou as agressões que sofria”, explica.

Diante dos fatos, o homem foi preso pelos policiais militares e encaminhado à unidade da Polícia Civil, onde foi autuado em flagrante pelos crimes de sequestro, cárcere privado, dano emocional e ameaça, todos no contexto da violência doméstica e familiar contra a mulher.

De acordo com o delegado Gabriel Fontana, a Polícia Civil está investigando o caso de cárcere privado . Os equipamentos de monitoramento da residência foram apreendidos e as imagens estão sendo extraídas e devem passar por análise. “Segundo a vítima, ela estava impedida de ter contato externo e era monitorada constantemente pelo marido. Em ocasiões anteriores, tentou pedir ajuda por meio de um bilhete deixado em um posto de combustível, mas não obteve sucesso”, diz.

Outro caso no interior do Paraná

No começo do mês, a PMPR já havia prendido outro suspeito de agressão à esposa em Sarandi, Noroeste do Estado.  A denúncia foi feita pela funcionária de um supermercado, após a vítima escrever um bilhete pedindo que a polícia fosse chamada, pois, segundo ela, corria risco de morte.

A PMPR recebeu uma ligação, via 190, de uma funcionária de um mercado da cidade, onde a vítima, que fazia compras com o marido, solicitou um papel e caneta emprestados. No bilhete, ela escreveu o endereço da residência e o pedido de ajuda: “Chama a polícia que ele vai me matar”. Após a denúncia, rapidamente a viatura mais próxima da residência foi acionada, chegando ao local e realizando contato com a vítima. O marido, que já possuía passagem por violência doméstica, foi encaminhado para a Polícia Civil.

Operação Mulher Segura

Na semana passada, o governador Carlos Massa Ratinho Junior assinou um decreto que institucionaliza o programa Mulher Segura, que traz uma série de ações para combater o feminicídio e a violência doméstica. Com operações realizadas em 20 cidades no ano passado, a previsão da Secretaria da Segurança Pública (Sesp) é expandir agora aos 399 municípios paranaenses. 

O Mulher Segura trabalha tanto na capacitação de agentes públicos para atender essas ocorrências, como na conscientização e orientação de homens e mulheres para reduzir os casos de violência doméstica.