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Bilhete da mulher. (Divulgação PCPR)

Um mulher foi resgata após permanecer por cinco anos em cárcere privado na zona rural de Itaperuçu, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), vítima de violência doméstica. O resgate a prisão do marido, de 23 anos, ocorreu na sexta-feira, 14. No entanto, após passar por uma audiência de custódia neste domingo, 16, ele foi liberado. A mulher e o filho de 4 anos estão recolhidos em local seguro, segundo informações policiais.

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A prisão do acusado ocorreu após a vítima enviar um e-mail à Casa da Mulher Brasileira relatando que estaria sendo mantida em cárcere privado junto com o filho, de 4 anos. No relato, ela mencionou que sofria agressões físicas, ameaças e que era monitorada por câmeras de segurança 24 horas por dia.

Violência contra mulher

Conforme o aspirante a oficial da PMPR Elielton Alexandretti, com base nas informações repassadas à Casa da Mulher, equipes da Polícia Militar foram até o local. Durante a abordagem, a vítima negou inicialmente ter enviado o pedido de socorro.

“No entanto, após identificarmos o celular utilizado para registrar o e-mail da denúncia, a mulher confirmou os fatos e detalhou as agressões que sofria”, explica.

Diante dos fatos, o homem foi preso pelos policiais militares e encaminhado à unidade da Polícia Civil, onde foi autuado em flagrante pelos crimes de sequestro, cárcere privado, dano emocional e ameaça, todos no contexto da violência doméstica e familiar contra a mulher.

De acordo com o delegado Gabriel Fontana, a Polícia Civil está investigando o caso. Os equipamentos de monitoramento da residência foram apreendidos e as imagens estão sendo extraídas e devem passar por análise. “Segundo a vítima, ela estava impedida de ter contato externo e era monitorada constantemente pelo marido. Em ocasiões anteriores, tentou pedir ajuda por meio de um bilhete deixado em um posto de combustível, mas não obteve sucesso”, diz.

Após a prisão, o suspeito passou por audiência de custódia no domingo (16) e foi liberado para responder em liberdade. A mulher e a criança foram encaminhadas para um endereço de acolhimento.

OUTRO CASO EM SARANDI – No começo do mês, a PMPR já havia prendido outro suspeito de agressão à esposa em Sarandi, Noroeste do Estado.  A denúncia foi feita pela funcionária de um supermercado, após a vítima escrever um bilhete pedindo que a polícia fosse chamada, pois, segundo ela, corria risco de morte.

A PMPR recebeu uma ligação, via 190, de uma funcionária de um mercado da cidade, onde a vítima, que fazia compras com o marido, solicitou um papel e caneta emprestados. No bilhete, ela escreveu o endereço da residência e o pedido de ajuda: “Chama a polícia que ele vai me matar”. Após a denúncia, rapidamente a viatura mais próxima da residência foi acionada, chegando ao local e realizando contato com a vítima. O marido, que já possuía passagem por violência doméstica, foi encaminhado para a Polícia Civil.

OPERAÇÃO MULHER SEGURA – Na semana passada, o governador Carlos Massa Ratinho Junior assinou um decreto que institucionaliza o programa Mulher Segura, que traz uma série de ações para combater o feminicídio e a violência doméstica. Com operações realizadas em 20 cidades no ano passado, a previsão da Secretaria da Segurança Pública (Sesp) é expandir agora aos 399 municípios paranaenses. 

O Mulher Segura trabalha tanto na capacitação de agentes públicos para atender essas ocorrências, como na conscientização e orientação de homens e mulheres para reduzir os casos de violência doméstica.