Quem mora em Curitiba e precisa sair de casa nas primeiras horas da manhã tem notado uma cena cada vez mais comum nesta semana: ruas encobertas por uma neblina densa, que reduz a visibilidade e exige mais atenção de motoristas e pedestres.
O fenômeno, também chamado tecnicamente de nevoeiro, costuma começar durante a madrugada e se intensifica ao nascer do sol, permanecendo visível até por volta das 10h em alguns bairros da capital.
A presença da neblina em Curitiba nesta época do ano tem explicação científica e afeta diretamente a rotina nas estradas e até nos aeroportos.
O que é a neblina (ou nevoeiro) e por que ela aparece no inverno?
O nevoeiro é um fenômeno meteorológico caracterizado pela presença de minúsculas gotículas de água suspensas no ar, o que reduz a visibilidade horizontal para menos de um quilômetro. Quando a visibilidade é um pouco maior, mas ainda assim há perda de nitidez, o nome técnico usado é névoa.
Segundo o meteorologista Reinaldo Kneib, do Simepar, a formação do nevoeiro está relacionada à condensação do vapor d’água próximo à superfície terrestre. “Ela acontece quando a temperatura do ar diminui até atingir o ponto de orvalho, ou seja, a temperatura em que o vapor começa a se condensar e forma as gotículas visíveis na neblina”, explica.
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O fenômeno é mais comum no outono e inverno, quando as noites são mais longas e o ar tem mais tempo para resfriar.
Em quais horários e regiões a neblina é mais comum em Curitiba?
A neblina costuma se formar durante a madrugada e se intensificar ao amanhecer. É mais comum em áreas com maior presença de vegetação e umidade, como nos bairros mais afastados do centro, especialmente no entorno de rios, parques e áreas de mata.
“Em áreas muito urbanizadas o fenômeno pode ocorrer de forma menos densa, do mesmo modo se o vento estiver muito forte, o que pode dificultar a manutenção”, explica o meteorologista Leonardo Furlan.
Como a neblina afeta os voos no aeroporto
Apesar da frequência do nevoeiro na Região Metropolitana de Curitiba, especialmente em São José dos Pinhais, o Aeroporto Afonso Pena está preparado para operar mesmo sob baixa visibilidade. O local conta com sistema de aproximação por instrumentos, que orienta o piloto até 300 metros da pista por meio de GPS.
Caso o piloto consiga enxergar a pista a partir desse ponto, o pouso pode ser feito com segurança. No entanto, em algumas situações, a decisão de cancelar ou atrasar voos é tomada pela torre de controle em conjunto com os pilotos.
A recomendação para os passageiros é acompanhar o painel de voos atualizado e, em caso de dúvidas, entrar em contato com a companhia aérea.
Dirigir com atenção redobrada
Nas rodovias e vias urbanas de Curitiba, a neblina pode ser um risco à segurança, principalmene nas primeiras horas do dia. Por isso, motoristas devem adotar medidas específicas para evitar acidentes:
Reduza a velocidade e mantenha distância segura do veículo à frente.
Use sempre o farol baixo, pois o alto pode piorar a visibilidade por causa do reflexo nas gotículas.
Evite utilizar luzes de neblina, a não ser que a situação exija.
Ligue o ar-condicionado ou abra levemente os vidros para evitar que o para-brisa embace.
Esteja atento à sinalização, que pode ficar parcialmente encoberta.
Em casos de neblina intensa, o ideal é estacionar em local seguro e aguardar a melhora da visibilidade.