O Paraná aparece em primeiro lugar no Brasil no número de pessoas que precisam se deslocar para outro país para trabalhar, com 6,2 mil trabalhadores. Rio Grande do Sul, com 5,2 mil e São Paulo, com 4,4 mil aparecem em seguida, segundo os dados do Censo Demográfico 2022, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado nesta quinta, 9.
Além disso, o Paraná tem o terceiro maior número de trabalhadores que atuam em mais de um município, com 76, 4 mil pessoas. À frente, estão São Paulo (183,5 mil pessoas) e Minas Gerais (80,7 mil)
Já o estado do Amazonas (98,1%) detém a maior proporção de pessoas que trabalham em seu município de residência, em contraposição a Sergipe (82,7%), unidade da federação com menor proporção para essa categoria.
No que diz respeito ao trabalho exercido no próprio domicílio de residência, Rondônia (22,7%) apresenta a maior proporção, enquanto o Distrito Federal aparece na outra ponta, com 14,9%.
No âmbito regional, os estados de São Paulo (13,7%), Goiás (13,7%), Rio Grande do Norte (15,5%), Sergipe (16,0%) e Pernambuco (15,2%) apresentam os percentuais mais elevados de população ocupada que se desloca para trabalhar em outro município.
Esses valores decorrem dos fortes processos de integração que existem entre municípios, especialmente aqueles que compõem concentrações urbanas. Em São Paulo, por exemplo, 2,8 milhões de pessoas ocupadas se deslocam para trabalhar em outro município, o que representa 30,5% do total de pessoas que se deslocam para trabalho em outro município no Brasil.
O Censo Demográfico 2022 mostra que a maioria da população ocupada no Brasil (88,4% ou 76,6 milhões de pessoas) trabalha no próprio município de residência e a maior parte (71,4% ou 61,9 milhões) desse grupo o faz fora da sua moradia, enquanto 16,9% (14,7 milhões) do pessoal ocupado trabalha em casa.
Carro é o meio mais usado no deslocamento para trabalho
O automóvel (32,3%) é o meio de transporte mais utilizado pelas pessoas no deslocamento para o trabalho. Entre os estudantes, os cursos de Ensino Superior concentram a maior parte dos alunos que residem em município diferente daquele onde fica a instituição de ensino que frequentam.
O “Censo 2022: Deslocamentos para trabalho e para estudo – Resultados preliminares da amostra” apresenta as características do deslocamento para trabalho e para estudo da população brasileira, complementando os volumes de divulgação do questionário da amostra do Censo Demográfico 2022, e trazendo um panorama inicial das características da mobilidade das pessoas de 10 anos ou mais de idade que precisam se deslocar para exercer seu trabalho ou estudar.
“As informações sobre o deslocamento das pessoas para trabalho e para estudo são fundamentais para o planejamento urbano em diferentes níveis territoriais, fornecendo indicadores seguros relacionados à integração funcional entre localidades. São, portanto, estatísticas que podem contribuir para melhorar a qualidade de vida da sociedade”, destaca Mauro Sergio Pinheiro, analista da pesquisa.
O Censo 2022, de modo inédito, investigou o meio de transporte que a população do Brasil passa mais tempo no deslocamento para o trabalho. A pesquisa revela que há um predomínio do uso de automóvel (32,3%), ônibus (21,4%) e motocicleta (16,4%), além da locomoção a pé (17,8%), como meios de transporte, representando 87,9% do deslocamento para trabalho no país.
Em valores absolutos, 48,9 milhões de pessoas usam esses meios de transporte motorizados: 22,6 milhões de pessoas, o automóvel; 14,9 milhões, o ônibus; e 11,4 milhões, a motocicleta. “Tal cenário reflete o histórico do país em privilegiar rodovias para a integração das cidades e regiões, além do descompasso entre crescimento urbano e oferta de transporte público”, afirma Mauro.
Chama atenção o alto número de deslocamentos a pé, feitos por 12,4 milhões de pessoas (17,8%), e por bicicleta, realizados por 4,4 milhões de pessoas (6,2%), o que revela um padrão de deslocamento significativo da população brasileira.
Outro aspecto relevante foi o baixo percentual de pessoas que se deslocam em meios de transporte de alta capacidade, como trem ou metrô, com apenas 1,6% dos deslocamentos (1,1 milhão de pessoas), uma proporção próxima de van, perua e assemelhados, utilizados por 945 mil pessoas (1,4%).