Nova barragem de água da Grande Curitiba começa a ser enchida no segundo semestre deste ano

Sanepar avança nas obras da Barragem de Miringuava com etapa de preparação ambiental

Redação Bem Paraná com AEN
São José dos Pinhais, 05 de dezembro de 2024 – Barragem do Miringuava.

Barragem do Miringuava (Foto: Roberto Dziura Jr/AEN)

Localizado em São José dos Pinhais, a Barragem do Miringuava irá compor o Sistema de Abastecimento Integrado de Curitiba (SAIC), formado pelos reservatórios Iraí, Passaúna, Piraquara I e Piraquara II. O projeto vai ampliar de forma considerável, o abastecimento público. A represa terá capacidade de armazenar 38 bilhões de litros de água, quantidade suficiente para fornecer 2 mil litros de água por segundo para as unidades consumidoras.

A barragem vai beneficiar diretamente os moradores dos bairros Campo de Santana, Caximba, CIC, Ganchinho, Tatuquara, Umbará e Sítio Cercado, em Curitiba; e também das cidades de Fazenda Rio Grande, Araucária e São José dos Pinhais. A previsão é de que o reservatório comece a ser enchido no segundo semestre de 2025.

A Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) segue mais uma atividade das obras da Barragem, com a etapa chamada de Preparação Ambiental. Além do treinamento dos profissionais que irão trabalhar no resgate da fauna e flora, está sendo finalizada a estruturação do Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETAS).

Na tarde da quinta-feira (9), técnicos do Instituto Ambiental do Paraná realizaram visita de inspeção. Esta etapa terá investimentos de R$ 25 milhões e foco na conservação da fauna e flora no reservatório e seu entorno.

Preocupação ambiental na obra da barragem

No CETAS será feito o acolhimento dos animais e a triagem para que as espécies recebam tratamento adequado e, caso necessário, os cuidados veterinários ao trabalho de realocação. De acordo com o diretor de Meio Ambiente e Ação Social da Sanepar, Julio Gonchorosky, o CETAS é um setor obrigatório, condicionado ao licenciamento.

“Durante o processo de supressão da vegetação, primeiramente fazemos o trabalho de afugentamento de animais ou, quando necessário, a mudança de local para eles. Entretanto, alguns animais podem precisar de algum atendimento veterinário. No CETAS é feito o primeiro atendimento. Em caso de estresse, por exemplo, o bicho vai ser contido e depois solto. Se apresentar um problema mais sério, como uma fratura, é levado a uma clínica veterinária para o tratamento mais adequado”, explica o diretor.

Gonchorosky diz, ainda, que a partir desta vistoria do IAT no CETAS, a Sanepar já estará apta a iniciar os trabalhos de resgate dos animais e supressão da vegetação.

EQUIPE ESPECIALIZADA – A equipe que fará o trabalho de resgate da fauna e flora é composta por cerca de 20 profissionais, entre eles veterinários, biólogos, engenheiros florestais e os técnicos que estão sendo treinados para o resgate. Além do centro dos animais silvestres, a Sanepar também tem um espaço para a realocação de plantas e sementes. De acordo com a bióloga e coordenadora do trabalho, Ana Cristina do Rego Barros, a expectativa é de que o trabalho tenha a duração de oito meses.

Com autorização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e licença de instalação emitida pelo IAT, serão suprimidas espécies exóticas e nativas para a formação do reservatório, que é essencial para a garantia de água para as próximas gerações.

A medida terá compensação superior ao que será suprimido pela barragem. O reservatório vai ocupar 430,6 hectares (ha), a Sanepar compensará em torno de 700 ha. Isso corresponde a uma área 62,6% superior a que está sendo utilizado para reservação de água.

AÇÕES – Desde janeiro de 2022, a Sanepar tem desenvolvido diversas ações visando a recuperação de áreas degradadas no entorno do futuro Reservatório Miringuava. Os serviços já executados envolveram o preparo inicial, como descompactação e correção do solo, adubação e controle de espécies daninhas, e o plantio e replantio de 214 mil mudas de 60 espécies arbóreas nativas, recuperando, até o momento, uma área total de 110 ha (25% do espaço utilizado pela barragem).

Um viveiro para o acondicionamento temporário de espécies vegetais resgatadas também já foi implantado. As sementes das árvores serão recolhidas e destinadas para viveiros do IAT, da própria Sanepar e de Organizações Não Governamentais (ONGs) locais, com o objetivo de preservar o material genético e fazer o replantio na própria Área de Proteção Permanente (APP) do entorno do reservatório para reforçar a recuperação da vegetação.

A Sanepar tem apoiado o desenvolvimento socioeconômico dos produtores e empreendedores da Bacia do Miringuava. Uma das atividades é a promoção na da Feira de Produtos Agrícolas e Artesanais, que ocorre na sede da empresa em Curitiba.

BARRAGEM – Previsto no Plano Diretor da Sanepar para a Região Metropolitana de Curitiba, o Reservatório Miringuava é fundamental para reforçar a disponibilidade de água para abastecimento da população de Curitiba e de cidades da Região Metropolitana, com foco no enfrentamento da escassez hídrica.