O número de motoristas no Paraná cresceu quase três vezes mais que a população paranaense ao longo dos últimos 15 anos, entre 2010 e 2025. É o que revelam dados do Departamento de Trânsito do Paraná (Detran-PR), cruzados com informações do IBGE (Censo 2010) e do Ipardes (Projeção Populacional 2025-2050).
Segundo essas estatísticas, em 2010 a população paranaense somava 10.444.526 habitantes. Quinze anos depois, no entanto, já seriam 11.890.584. Ou seja, em uma década e meia a população paranaense ganhou 1.446.058 habitantes, avançando 13,85%.
Por outro lado, o número de condutores no estado avançou 35,79%, com um acréscimo de 1.532.890 motoristas. Em 2010, segundo o Anuário Estatístico do Detran-PR, haviam 4.282.593 condutores cadastrados no estado. Em junho último, já eram 5.815.483.
Ou seja, o número de condutores no estado avançou 2,6 vezes mais que a população paranaense no período analisado, considerando que um cresceu 35,79% e o outro, 13,85%.
Com isso, o número de condutores dentro da população paranaense passou de 41,03% da população em 2010 para 48,91% em 2025.
População do Paraná
2025: 11.890.584
2010: 10.444.526
Variação: 13,85% (+1.446.058)
Total de condutores no Paraná
2025: 5.815.483 (junho)
2010: 4.282.593
Variação: 35,79% (+1.532.890)
Mais de 5,8 milhões de motoristas, com 2,8 milhões de motociclistas
Entre os mais de 5,8 milhões de motoristas no Paraná, 2,7 milhões possuem Carteira Nacional de Habilitação (CNH) de categoria B, ou seja, podem apenas dirigir carros. Entre 2010 e 2025, o número de condutores com esse tipo de habilitação cresceu 38,24%.
Por outro lado, o número de pessoas com categoria AB na carteira quase dobrou (+99,82%), passando de 1.095.653 para 2.189.327. Esses são condutores aptos a transitar tanto com um carro quanto com uma moto.
Já o número total de pessoas habilitadas a pilotar cresceu 67,77% no período analisado. Eram 1.682.321 em 2010 e chegaram a 2.822.498 em junho deste ano. Esse número refere-se às habilitações nas categorias A (moto), AB (moto/carro), AC (moto/caminhão), AD (moto/ônibus) e AE (moto/carreta), representando 48,53% do total de condutores no estado.
Autoescola pode deixar de ser obrigatória
O governo federal está avaliando uma forma de baratear o custo e reduzir a burocracia para obtenção da carteira de motorista no Brasil. É isso o que revelou o ministro dos Transportes, Renan Filho, ao apontar, em entrevista a um podcast do jornal Folha de S. Paulo, que está sendo avaliada a possibilidade de acabar com a obrigatoriedade do candidato passar por autoescola, como uma forma de reduzir burocracias para a emissão da CNH.
Atualmente o custo para emissão da carteira de motorista é entre R$ 3 mil e R$ 4 mil, valor próximo ao preço de uma motocicleta usada. Com a retirada da obrigatoriedade do condutor fazer aulas de direção e de conduta no trânsito em autoescolas e Centros de Formação de Condutores (CFC), seria possível reduzir esse valor em mais de 80%. As provas teóricas e práticas, no entanto, continuariam sendo obrigatórias, com o candidato podendo estudar pela internet, com um familiar ou em oficinas populares.
Depois da revelação do ministro, a Associação Nacional dos Detrans divulgou uma nota destacando acompanhar de perto as discussões sobre o assunto. Ainda segundo a entidade, em um país que ainda registra altos índices de condutores não habilitados, é fundamental que qualquer mudança preserve e reforce a qualidade da formação dos motoristas.
“Defendemos que a formação de condutores deve priorizar a segurança viária e contribuir efetivamente para a redução dos índices de sinistros e mortes no trânsito. A educação no trânsito salva vidas e deve ser tratada como prioridade absoluta em qualquer política pública relacionada à mobilidade”, reforça Givaldo Vieira, Presidente da Associação Nacional dos Detran.