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Jhonatan Barros Cardoso, de 27 anos, suspeito de matar o jornalista Cristiano Luiz Freitas (Foto: Reprodução/redes sociais)

A Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) aguarda o laudo da criminalística sobre a morte brutal do jornalista Cristiano Freitas, 48 anos, na última terça (4), no bairro Jardim das Américas. Também esperar informações sobre a ficha criminal do suspeito de Manaus, além de outros resultados de exames de DNA e depoimentos. O jornalista foi encontrado por volta das 14 horas morto amarrado, com uma fita que cobria a boca e o nariz, além de apresentar sinais de estrangulamento no pescoço. O principal suspeito do crime Jhonatan Barros Cardoso, 27, está preso. A polícia reforça que outras pessoas que foram vítimas de Jhonatan e não registraram Boletim de Ocorrência procurem a corporação para auxiliar nas investigações. Mas o que a polícia sabe até agora sobre o assassinato de Cristiano?

Assassino do jornalista Cristiano Freitas ficou 11 minutos dentro da casa

Pelas imagens das câmeras e da informação de vizinhos que ouviram gritos e acionaram a Polícia Militar, o suspeito ficou 11 minutos dentro da casa do jornalista no Jardim das Américas. O suspeito dirigia um carro HB20 prata. A própria vítima abriu o portão de casa para o homem, o que leva a polícia a acreditar que Cristiano havia combinado de se encontrar com o suspeito.

Jhonatan fez pelo menos outras seis vítimas de extorsão em Curitiba

Jhonatan teria feito pela menos seis vítimas de extorsão em Curitiba desde que saiu da prisão, em 13 de fevereiro. Por causa de duas denúncias, referentes a crimes do dia 18 de fevereiro e outra no dia 25, acabou preso em um flat no Centro de Curitiba na última quinta (6). Uma das vítimas teria perdido R$ 20 mil. O suspeito, que afirma ser garoto de programa, marcava encontro com as vítimas, homossexuais e depois as extorquia obrigando a fazer transferências por Pix.

Jhonatan agia da mesma maneira. Escolhia as vitimas por aplicativos e redes sociais, ía até elas. E após ameaçá-las com violência e dizendo que iria divulgar imagens, o suspeito pegava o celular das vítimas e apagava possíveis conversas e mensagens trocadas com elas para dificultar a identificação.

Suspeito de assassinar jornalista em Curitiba foi preso em agosto e solto em fevereiro deste ano

Em agosto de 2024, o homem chegou a ser preso por assalto. Segundo o Batalhão de Rondas Ostensivas de Natureza Especial (BPRONE), a equipe foi acionada para atender uma ocorrência de um assalto dentro de um apartamento no bairro São Francisco, em Curitiba. A vítima afirmou que tinha combinado um encontro amoroso com o suspeito, que, no local, foi agressivo e deu voz de assalto. Jhonatan estava com um simulacro de arma de fogo, bateu na vítima e a obrigou a fazer transferências por Pix. Também levou o celular e chaves de carro e do apartamento. Ele foi localizado pelo rastreamento do celular. Ele alegou que estava viciado em jogos eletrônicos e por isso roubou. Por causa da ocorrência, o suspeito ficou preso quatro meses. Foi condenador em janeiro deste ano, mas solto em 13 de fevereiro por decisão da Justiça.

Defesa diz que “houve discussão acalorada que terminou na morte do jornalista

O advogado Valter Ribeiro Júnior, responsável pela defesa de Jhonatan, nega que tenha praticado o crime de latrocínio, que é roubo seguido de morte. De acordo com ele, Jhonatan é garoto de programa e o “houve um desentendimento entre ele e o jornalista, dentro do contexto de um programa sexual, contratado pela vítima”. “Houve uma discussão acalorada e, posteriormente, um embate físico que, infelizmente, terminou na morte do jornalista”, diz nota encaminhada à imprensa pelo advogado de defesa do suspeito.

Ficha extensa também em Manaus

A Polícia Civil do Paraná já conseguiu apurar alguns boletins de ocorrência em Manaus, onde Jhonatan morava antes de vir para Curitiba, mas a polícia acredita que deve ter outras. Lá, o suspeito se passsou por massoterapeuta nas redes sociais e passou a chantagear uma vítima ameaçando divulgar um vídeo gravado durante a sessão. Outra denúncia afirma que o suspeito se passou por funcionário de uma gráfica para enganar clientes com produtos que não eram entregues.

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Cristiano Freitas (Redes Sociais)

Morte de jornalista causou grande comoção

A morte de Cristiano Luis de Freitas provocou um choque e comoveu o meio. Nas redes sociais, foram muitas as homenagens ao jornalista de 48 anos.

Ele também integrava a equipe do Festival de Teatro de Curitiba, que divulgou uma nota de pesar:

“É com profunda tristeza que informamos o falecimento do jornalista Cristiano Freitas, membro da equipe de assessoria de imprensa do 33 º Festival de Curitiba, aos 48 anos. Apaixonado por arte e cultura, Cris teve uma trajetória marcante em diversos veículos de comunicação e se destacava como um grande conhecedor do teatro. Este ano, a convite do coordenador Maximilian Santos, realizou um antigo desejo ao integrar nossa equipe, trazendo sua experiência, talento e entusiasmo.

Infelizmente, nosso colega foi encontrado em sua casa, e a causa de sua morte ainda não foi esclarecida. Estamos todos consternados, em choque e profundamente tristes com essa perda repentina. Em poucos dias de trabalho conosco, Cris já havia deixado sua marca, contribuindo com entrevistas, ideias e pautas instigantes, sempre com dedicação e energia contagiante. Seu entusiasmo fará muita falta.

Expressamos nossos mais sinceros sentimentos à família, amigos e colegas que tiveram o privilégio de conhecê-lo e compartilhar momentos ao seu lado”.

No Instagram muitas postagens lembram com carinho do jornalista. “Uma das melhores pessoas que eu tive o prazer de conhecer na vida. Me ensinou TANTO. Um homem gentil, educado, atencioso, extremamente competente, sensível e acolhedor. Com um tino inacreditável para lidar e ensinar adolescentes. Um comunicador nato”, escreveu a vereadora Laís Leão (PDT).