
Uma das vias mais compridas de Curitiba, com cerca de 8,8 quilômetros, a Rua Eduardo Sprada passará por um bloqueio total ao longo do próximo mês. A interdição, no trecho entre as ruas Maria Bizinelli e Luiz Tramontin, começará na próxima quarta-feira (13 de agosto), às 9 horas, e decorre de obras de macrodrenagem na Bacia do Rio Mossunguê. Segundo a Prefeitura de Curitiba, essas obras no bairro Campo Comprido devem durar aproximadamente 30 dias.
Nesta etapa, equipes trabalham na implantação de uma galeria celular sob a via, que vai mais que dobrar a capacidade de vazão das águas da chuva no local. A estrutura substituirá a travessia antiga que estava subdimensionada, composta por tubulações circulares de 1,50 metro de diâmetro, por uma solução mais robusta, formada por 172 módulos de concreto, distribuídos em duas fileiras paralelas.
Atenção ao desvio
Durante o período da interdição, o tráfego será desviado pelas ruas Luiz Tramontin, Renato Polatti e Luiz Zilli. Toda a região estará devidamente sinalizada e os moradores foram informados pelas mensagens encaminhadas pelo Sistema Direct da Prefeitura.
De acordo com a Superintendência de Trânsito de Curitiba (Setran), o desvio é para ambos os sentidos.
Quem vai do Centro para o bairro: os veículos que estão na Rua Eduardo Sprada deverão virar à esquerda na Rua Olívio Zagonel e seguir sempre em frente até a Rua Renato Polatti, onde deverão virar à direita na Rua Renato Polatti, seguindo assim até a Rua Luiz Tramontin e depois até a Rua Eduardo Sprada novamente.
No sentido do bairro para o Centro, os motoristas devem entrar na Rua Luiz Tramontin, depois virar à esquerda na Rua Renato Polatti, seguindo até a Rua Nelson Ferreira da Luz, onde deverão virar à esquerda e seguir até a Rua Olívio Zagonel e entrar novamente na Rua Eduardo Sprada.
Três linhas de ônibus terão alteração temporária em seus itinerários:
- Linha 389 – Tarumã/Augusta: desvio pelas ruas Luiz Tramontin, Leonardo Wesolowski, Renato Polatti, Nelson Ferreira da Luz e Luiz Zilli;
- Linha 860 – V. Sandra: mesmo trajeto da linha 389;
- Linha 861 – Tramontina: desvio pelas ruas Luiz Zilli, Nelson Ferreira da Luz e Renato Polatti.
Execução em etapa
A seção da nova galeria terá 7 metros de comprometimento por 3,5 metros de altura, somando 43 metros de extensão. A implantação exige escavações profundas e o uso de equipamentos de grande porte, incluindo o içamento de módulos de concreto de alto peso.
Inicialmente, o planejamento da Prefeitura previa a execução dos serviços em duas etapas, com o trânsito sendo desviado para uma faixa da via previamente alargada. No entanto, após o início das escavações, identificou-se instabilidades no terreno e dificuldades operacionais, o que inviabilizou a estratégia.
“Por razões técnicas e de segurança, foi necessário optar pelo bloqueio total da via”, explica o diretor do Departamento de Pontes e Drenagem da Secretaria Municipal de Obras Públicas, Paulo Vitor Lucca.
Prevenir alagamentos
A intervenção é coordenada pelo Departamento de Pontes e Drenagem da Secretaria Municipal de Obras Públicas (Smop). O objetivo é prevenir alagamentos e reforçar a estrutura de drenagem da região Oeste da cidade.
Segundo Paulo Lucca, a nova galeria vai permitir maior escoamento da água da chuva, proporcionando mais segurança para a população.
“Sabemos que a mudança no trânsito traz transtornos temporários, mas é uma medida necessária. A nova estrutura vai proteger a região de alagamentos e preparar a cidade para eventos climáticos mais extremos”, afirmou Lucca.
Bacia do Mossunguê
A instalação da nova galeria integra um conjunto de ações de macrodrenagem em andamento na Bacia do Rio Mossunguê. Entre os destaques está a construção de uma bacia de detenção com capacidade para armazenar até 21 mil m³ de água — o equivalente a 21 mil caixas d’água de mil litros. A estrutura contará com diques de contenção, muros de proteção, gabiões, áreas verdes e recuperação da mata ciliar.
Com mais de 20 mil m² de área de intervenção, o sistema vai beneficiar cerca de 35 mil moradores dos bairros Campo Comprido, Mossunguê, Santo Inácio, Orleans e São Braz, abrangendo uma região de quase 8 km².
Além de prevenir enchentes, a obra também trará melhorias urbanas. Ao final, o local contará com espelho d’água permanente, cobertura vegetal recomposta e área de lazer, promovendo conservação ambiental e valorização do entorno urbano.
“O que estamos fazendo aqui é uma solução completa: engenharia eficiente, sustentabilidade e mais qualidade de vida para milhares de curitibanos”, destaca o secretário municipal de Obras Públicas, Luiz Fernando Jamur.
Com investimento de R$ 11,3 milhões, a obra acontece com recursos do governo federal, por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Drenagem.