Óleo vaza na baía de Paranaguá

Defeito provocou derramamento de 100 mil litros do produto no pátio da Catallini

Carlos Simon

Um defeito num tanque de armazenamento fez vazar entre mil e dois mil de litros de óleo de soja na baía de Paranaguá, na noite de segunda-feira. O produto, estocado pela Catallini Transportes Marítimos, aguardava embarque para exportação no Porto. A maior parte do óleo derramado, cerca de 100 mil litros, ainda foi contida antes de chegar ao mar, mas o Instituto Ambiental do Paraná (IAP) não descarta o risco de dano ambiental.

O acidente ocorreu às 23h45 de segunda-feira, num dos 35 tanques para armazenamento de produtos não-inflamáveis do Terminal 2 da Catallini. Segundo a empresa, a válvula que controla entrada e saída do produto no tanque rompeu-se, causando o vazamento.
No compartimento havia cerca de 50 toneladas de óleo de soja. Em nota oficial, a Cattalini informa que agiu logo que o acidente foi descoberto, acionando de imediato o IAP e as empresas Hidroclean e Ecosorb, especializadas no atendimento a este tipo de problema. Segundo a Cattalini, apenas mil litros do óleo perderam-se no mar — o restante que vazou teria sido retido no próprio terminal, em diques de contenção. O trabalho de remoção do produto da água terminou no final da manhã. As atividades no terminal não foram interrompidas.

De acordo com o chefe do escritório regional do IAP, Reginato Bueno, cerca de 98% do produto vazado foi retirado ou contido na mesma noite, com auxílio de aparelhos de sucção e mais de 400 metros de bóias de absorção — procedimentos realizados sob orientação do IAP.
Ele explicou que entre mil e dois mil litros de óleo atingiram a rede de galerias pluviais localizadas no interior do pátio do terminal  (que seguem até o começo do Rio Anhaia, com acesso ainda ao mangue e ao mar). “Ao verificarmos o vazamento à noite, já ficamos atentos a um possível escoamento para o mar e orientamos a instalação de barreiras de contenção ao final das galerias”, disse Reginato.

“Porém, ao realizamos nova vistoria, nesta terça-feira (ontem), constatamos uma mancha de óleo no mar e indícios de óleo no mangue”, completou. A mancha estava sendo removida por meio de sucção e até o final da tarde de ontem o serviço estava concluído.
Uma equipe do IAP está de plantão no local acompanhando e orientando os trabalhos. Também foram realizadas coletas da água e do mangue atingidos pelo óleo, que serão encaminhadas para análise nos laboratórios do IAP. “Depois de concluídas as análises e dimensionado o impacto ambiental, o IAP irá definir o valor da autuação”, acrescentou o chefe do escritório regional.

A Catallini é a mesma companhia dona do píer em que explodiu o navio chileno Vicuña, em 15 de novembro de 2004. Quatro tripulantes morreram na explosão, que fez derramar milhões de litros de óleo na baía de Paranaguá. Na época a empresa e a proprietária do navio foram multadas pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Ibama).