Um defeito num tanque de armazenamento fez vazar entre mil e dois mil de litros de óleo de soja na baía de Paranaguá, na noite de segunda-feira. O produto, estocado pela Catallini Transportes Marítimos, aguardava embarque para exportação no Porto. A maior parte do óleo derramado, cerca de 100 mil litros, ainda foi contida antes de chegar ao mar, mas o Instituto Ambiental do Paraná (IAP) não descarta o risco de dano ambiental.
O acidente ocorreu às 23h45 de segunda-feira, num dos 35 tanques para armazenamento de produtos não-inflamáveis do Terminal 2 da Catallini. Segundo a empresa, a válvula que controla entrada e saída do produto no tanque rompeu-se, causando o vazamento.
No compartimento havia cerca de 50 toneladas de óleo de soja. Em nota oficial, a Cattalini informa que agiu logo que o acidente foi descoberto, acionando de imediato o IAP e as empresas Hidroclean e Ecosorb, especializadas no atendimento a este tipo de problema. Segundo a Cattalini, apenas mil litros do óleo perderam-se no mar — o restante que vazou teria sido retido no próprio terminal, em diques de contenção. O trabalho de remoção do produto da água terminou no final da manhã. As atividades no terminal não foram interrompidas.
De acordo com o chefe do escritório regional do IAP, Reginato Bueno, cerca de 98% do produto vazado foi retirado ou contido na mesma noite, com auxílio de aparelhos de sucção e mais de 400 metros de bóias de absorção — procedimentos realizados sob orientação do IAP.
Ele explicou que entre mil e dois mil litros de óleo atingiram a rede de galerias pluviais localizadas no interior do pátio do terminal (que seguem até o começo do Rio Anhaia, com acesso ainda ao mangue e ao mar). “Ao verificarmos o vazamento à noite, já ficamos atentos a um possível escoamento para o mar e orientamos a instalação de barreiras de contenção ao final das galerias”, disse Reginato.
“Porém, ao realizamos nova vistoria, nesta terça-feira (ontem), constatamos uma mancha de óleo no mar e indícios de óleo no mangue”, completou. A mancha estava sendo removida por meio de sucção e até o final da tarde de ontem o serviço estava concluído.
Uma equipe do IAP está de plantão no local acompanhando e orientando os trabalhos. Também foram realizadas coletas da água e do mangue atingidos pelo óleo, que serão encaminhadas para análise nos laboratórios do IAP. “Depois de concluídas as análises e dimensionado o impacto ambiental, o IAP irá definir o valor da autuação”, acrescentou o chefe do escritório regional.
A Catallini é a mesma companhia dona do píer em que explodiu o navio chileno Vicuña, em 15 de novembro de 2004. Quatro tripulantes morreram na explosão, que fez derramar milhões de litros de óleo na baía de Paranaguá. Na época a empresa e a proprietária do navio foram multadas pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Ibama).