Onze Pinguins-de-Magalhães voltam ao mar após passarem por reabilitação no Paraná

Redação Bem Paraná

Pela primeira vez no litoral paranaense em sete anos de Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) três grupos de Pinguins-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus) voltam à natureza num mesmo ano. Ao todo, as três solturas somam 29 pinguins resgatados e devolvidos ao mar em 2022.

A terceira soltura aconteceu na manhã da última quinta-feira. Foram onze pinguins que compuseram o grupo solto na praia de Pontal do Sul, no município de Pontal do Paraná, após dois meses e meio em reabilitação.

Esse trabalho é realizado pela equipe do Laboratório de Ecologia e Conservação (LEC) da UFPR, responsável pelo trecho paranaense do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), desenvolvido para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental das atividades da Petrobras.

A soltura é um momento de consolidação do trabalho de atendimento à fauna marinha executado por toda equipe PMP-BS, segundo o médico veterinário Fábio Henrique de Lima. “Soltar esses animais pela terceira vez é reafirmar os votos do trabalho de conservação que nós estamos realizando constantemente”, afirma.

As aves marinhas foram resgatadas nas praias do litoral paranaense, via monitoramento do projeto e acionamento da comunidade. A maioria apresentava quadro de desnutrição e debilitação.

A equipe multidisciplinar PMP-BS/UFPR formada por veterinários, biólogos, oceanógrafos, tratadores e outros profissionais, fez os procedimentos e tratamentos necessários para que os animais recuperassem a saúde e estarem aptos para voltar ao mar.

Migração
Essa espécie de pinguim vive na região do Estreito de Magalhães, na Patagônia Argentina e Chilena. Durante o inverno, eles deixam suas colônias reprodutivas e nadam numa viagem de cerca de 4.000 km até o litoral brasileiros, em busca de alimento. No final da primavera, essas aves marinhas precisam regressar ao sul.

Esse deslocamento consome muita energia dos animais, fazendo com que alguns fiquem debilitados e encalhem nas praias da região, principalmente os mais jovens, que são menos experientes e têm menor reserva energética para realizar esta jornada.