PF desmantela esquema ilegal de imigração no Paraná para produção de cigarro clandestino

Editada por Ana Ehlert
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Operação desmantela fábrica clandestina de cigarro com paraguaios em trabalho análogo a escravidão. (Divulgação PF)

Nove ordens judiciais foram cumpridas nesta manhã de terça,15 de julho, no Paraná, Mato Grosso do Sul e São Paulo pela Polícia Federal (PF). A ação integra a Operação Chrysós destinada a desarticular organização criminosa transnacional que explorava trabalho escravo de imigrantes ilegais para a fabricação clandestina de cigarros.

A ação mobilizou o efetivo de cerca de 50 policiais federais, além de servidores do Ministério do Trabalho e do Ministério Público do Trabalho, no cumprimento de mandados expedidos pela 1ª Vara Federal de Guaíra, no Oeste do Paraná.

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No total, estão sendo cumpridos sete mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão preventiva nos estados de São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul, além de ordem de sequestro de bens no valor de R$ 20.000.000,00 (vinte milhões de reais).

Relação de crimes do esquema ilegal de imigrantes

A ação integra a Operação Chryspos, com o objetivo de reprimir a prática dos crimes de redução à condição análoga à escravos, descaminho, crimes contra as relações de consumo, crimes contra registro de marca, fabricação de substância nociva à saúde, promoção de migração ilegal e tráfico de pessoas para fim de trabalho forçado, todos delitos executados por organização criminosa transnacional.

Esquema transnacional de imigrantes do Paraguai

Segundo as investigações, a organização criminosa recrutava cidadãos paraguaios por meio de contatos estabelecidos no país vizinho e os trazia ao território nacional para atuarem como mão de obra em uma fábrica clandestina de cigarros instalada no município de Ourinhos, interior de São Paulo.

As diligências apontaram que os cidadãos paraguaios adentravam em território nacional via terrestre, através da fronteira do Paraguai com o Paraná, principalmente a partir de Guaíra, no oeste do Paraná, e eram conduzidos por integrantes da organização criminosa até o local onde funcionava a operação clandestina.

Durante todo o período de produção, os trabalhadores permaneciam restritos às dependências da fábrica e sem comunicação com o exterior, além de dormir em alojamentos precários, em instalações insalubres, submetidos a exaustivas e ininterruptas jornadas de trabalho.

Fábrica produzia 60 mil cigarros por dia

Estima-se que a capacidade de produção da planta industrial alcance, aproximadamente, 60.000 (sessenta mil) maços de cigarro por dia.

O nome da operação faz alusão ao município onde a organização criminosa instalou a fábrica clandestina de cigarros, sendo que “Chrysós”, em grego, significa “ouro”.