Operação policial no Paraná mira tráfico e ‘tribunal do crime’ em Jacarezinho

Editada por Ana Ehlert
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Operação policial cumpre 21 mandados judiciais em Jacarezinho, no Norte do Paraná. (PCPR)

Uma operação da Polícia Civil do Paraná (PCPR) cumpre nesta manhã de quinta, 10 de julho, 21 ordens judiciais contra um grupo criminoso em Jacarezinho, no Norte do Estado. Os suspeitos são investigados pela atuação no tráfico de drogas e outros crimes, como a execução de indivíduos condenados pelos ‘tribunais do crime’.

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Os policiais civis têm a missão de cumprir 15 mandados de busca e apreensão e seis de prisão pelos crimes de tráfico de drogas, associação criminosa e porte ilegal de armas. Os agentes em solo contam com o emprego de cães de faro e o apoio aéreo de um helicóptero da PCPR.

Prisão de líder e ‘juíza’ de tribunal do crime

A ação desta manhã é um desdobramento de uma complexa investigação iniciada em fevereiro deste ano com a prisão em flagrante de uma mulher, apontada como liderança local do tráfico de drogas.

“A análise técnico-investigativa iniciada após esta prisão revelou uma intrincada rede criminosa com rígida hierarquia e segmentação de tarefas: desde a gestão da contabilidade, passando pela distribuição, cobrança, disciplina interna e até mesmo o julgamento de membros por meio de uma estrutura paralela conhecida como tribunal do crime”,

explica o delegado Tristão Borborema, responsável pela investigação.

Os elementos colhidos indicam que a investigada exercia função de comando dentro de uma célula de uma organização criminosa de atuação nacional. Ela atuaria no disciplinamento interno, resolução de conflitos e administração de pontos de tráfico.

Conversas interceptadas também demonstraram sua autoridade sobre diversos membros, inclusive indivíduos em privação de liberdade que, mesmo reclusos, prosseguiam na articulação das ações externas do grupo.

Além da atuação da suspeita, a investigação apurou que o grupo agia em bairros distintos de Jacarezinho, sendo que todos os pontos eram interligados por uma cadeia operacional voltada ao comércio ilícito de entorpecentes, aliciamento de adolescentes e uso da intimidação como forma de garantir silêncio, lealdade e eficiência no cumprimento das diretrizes dos criminosos.

Crimes cometidos pelo grupo

As diligências revelaram a prática de crimes conexos, como a corrupção de menores, a obstrução da Justiça, o ocultamento patrimonial e o reinvestimento de capitais ilícitos. Identificaram-se ainda mecanismos destinados a dificultar a ação policial, como transferências bancárias dissimuladas, uso de perfis falsos em redes sociais e codinomes.