
Logo após o início do período de defeso dos camarões no Paraná, agentes do Instituto Água e Terra (IAT) realizaram uma operação de combate à pesca predatória em Guaraqueçaba, no Litoral do Estado, nesta quarta-feira (29). Durante a ação, foram apreendidas quatro redes de arrasto, que já haviam capturado cerca de 13 quilos de camarões, além de outras espécies de peixe como robalo, tubarão e linguado. O responsável pela pesca foi multado em R$ 1.920,00 por pescar em período proibido e por usar equipamentos inadequados, além de sofrer sanções administrativas, como a apreensão dos apetrechos.
“A fiscalização regular é essencial para garantir a reprodução adequada das espécies de camarão e evitar a escassez e possível extinção desses animais. Além disso, essa ação também protege outras espécies que podem ser capturadas acidentalmente nas redes”, explica Sérgio Augusto da Silva, agente de execução do IAT no Litoral.
A maior parte dos animais foi devolvida ao mar, mas cerca de três quilos de camarões, que estavam sem condições de retorno, foram doados a um colégio estadual da região. A operação contou com o apoio do Batalhão de Polícia Ambiental – Força Verde (BPAmb-FV) e do helicóptero do Centro de Operações Aéreas do IAT (COA-IAT).
“O helicóptero foi crucial para a operação, pois nos permitiu identificar as embarcações que estavam descumprindo as normas do período de defeso e fornecer coordenadas para que a equipe em solo pudesse realizar a abordagem”, destaca o agente de execução.
A proibição da pesca de camarões rosa, sete barbas, branco, santana e barba ruça por meio de arrasto com tração motorizada vai até 30 de abril, conforme estabelecido pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Durante esse período, o IAT e o BPAmb-FV realizarão fiscalizações diárias no litoral.
Como funciona a pesca de arrasto e a fiscalização
A pesca de arrasto com tração motorizada é proibida durante o defeso por ser uma técnica industrial que captura grandes quantidades de camarões de uma vez, prejudicando a reprodução das espécies e, consequentemente, o equilíbrio de suas populações. Durante esses três meses, as fiscalizações são intensificadas para garantir a conservação das cinco espécies protegidas.
Exceções e permissões
Existem algumas exceções durante o defeso. A captura do camarão-branco ainda é permitida, desde que feita com redes de malha de 5 ou 6 centímetros entre nós. Também é permitida a captura do camarão sete-barbas, desde que sejam usadas redes de arrastão de porta, com no máximo 12 metros de comprimento na tralha superior e malhagem mínima de 24 milímetros.
Denúncias
Cidadãos podem denunciar crimes ambientais contra a fauna por meio da Ouvidoria do IAT, da Polícia Militar do Paraná ou pelo Disque Denúncia 181. Quanto mais detalhes forem fornecidos sobre a ocorrência, mais rápido o atendimento será realizado e as equipes de fiscalização poderão agir.