Paraná Dia 28

Parada da Diversidade de Curitiba chega à 24ª edição no próximo domingo

Editado por Mario Akira
luís pedruco

Parada da Diversidade de Curitiba (Foto: Luís Pedruco)

A 24ª Parada da Diversidade de Curitiba acontece no próximo domingo (28) com foco no envelhecimento LGBTI+. O evento terá trio elétrico, apresentações culturais e debates sobre saúde, bem-estar e políticas públicas para a população LGBTI+ idosa.

O evento começa a partir das 10h, na Avenida Marechal Deodoro, entre a Travessa da Lapa e a Praça Zacarias, região central de Curitiba. Com o tema “Envelhecer com orgulho: por saúde, bem-estar e políticas públicas sustentáveis”, o evento promete ocupar as ruas em grande estilo.

Para Clau Lopes, apresentador oficial do evento desde 2020, doutorando em educação, pedagogo, professor e artivista (artista + ativista) LGBTIQPN+, estar nas ruas é mais que celebrar: é resistir.

“Ocupar o espaço público é um ato político: é afirmar nosso direito de existir, amar e resistir. Este ano, nossa concentração será na Marechal Deodoro, palco da cultura popular, dos blocos de carnaval e das escolas de samba, territórios da população periférica, preta e LGBTQIA+, que sempre resistiram às exclusões impostas pela elite. Estar na rua é enfrentar o ódio com visibilidade, transformar dor em luta e festa em resistência”.

Parada da Diversidade e envelhecer com orgulho

O envelhecimento da população LGBTI+ segue marcado por desigualdades e vulnerabilidades. Segundo pesquisa de 2023, 53% das pessoas LGBTI+ idosas acreditam que profissionais de saúde não estão preparados para lidar com suas especificidades.

Clau destaca que esses dados expõem uma realidade cruel, “o estigma da idade, somado ao preconceito por identidade de gênero e sexualidade, amplia as vulnerabilidades dessa população. Para pessoas trans e travestis, a situação é ainda mais dura: muitas enfrentam abandono e discriminação institucional. Não raro, há medo de serem chamadas pelo nome de registro ou colocadas em alas inadequadas em hospitais”.

A solidão também é uma das marcas do envelhecimento LGBTI+. Muitos são expulsos de casa ainda jovens, e ao chegar na velhice, acabam isolados, sem vínculos familiares ou de cuidado. Entre mulheres lésbicas e bissexuais, a desigualdade na saúde é ainda mais evidente: apenas 40% realizaram mamografia (contra 80% das heterossexuais) e somente 39% fizeram exame preventivo de colo de útero (contra 73% das heterossexuais).

“Esses números gritam por políticas públicas específicas e eficientes para garantir dignidade, saúde e bem-estar. Envelhecer com orgulho ainda é um desafio coletivo que precisa estar no centro do debate”, reforça Clau.

Festa, luta e resistência até a noite

O evento segue até às 21h, com atrações culturais, trios elétricos e manifestações artísticas. A cada edição, a celebração reafirma sua essência: festa como forma de resistência, visibilidade como resposta ao ódio e ocupação das ruas como ato político.

A 24ª Parada da Diversidade é uma realização da APPAD (Associação Paranaense da Parada da Diversidade) e da produtora de eventos Púrpura.

Serviço
Data: Domingo, 28 de setembro de 2025
Horário: A partir das 10h, com encerramento às 21h
Local de concentração: Avenida Marechal Deodoro (entre a Travessa da Lapa e a Praça Zacarias)