
O Paraná ocupa 3ª colocação no ranking das economias mais inovadoras do Brasil. Esse posicionamento é resultado de iniciativas e investimentos realizados pelo Governo do Estado. A classificação está na última edição do Índice Brasil de Inovação e Desenvolvimento (Ibid), desenvolvido pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi) e divulgado nesta quinta, 11.
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Em 2015 o Paraná aparecia na 6ª colocação segundo o ranking, resultado que se repetiu em 2020. Mas em 2025 o Paraná superou os estados de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro. Com o resultado, o Paraná se consolidou como um dos estados que mais cresceram na última década.
Ecossistema da inovação
O avanço é fruto do trabalho contínuo desenvolvido nos últimos anos nas áreas de inovação, ciência e tecnologia, com a implementação de políticas públicas voltadas ao incentivo ao empreendedorismo, formação de novos talentos e consolidação de uma infraestrutura favorável para a inovação coordenadas pelo Governo do Estado.
“Temos hoje um ecossistema fortalecido que integra universidades, empresas, setor público e sociedade, e isso faz com que possamos ter um ambiente propício para o crescimento de empresas, avanço de pesquisas, promover capacitação de pessoas, principalmente dos jovens e preparar o Paraná para o futuro”, afirma o secretário estadual da Inovação e Inteligência Artificial, Alex Canziani.
Salto no ranking e recordes de investimento
Esse salto no ranking é atribuído principalmente aos recordes de investimento público via Fundo Paraná, que destinou R$ 581,6 milhões em 2024, tendo um aumento acumulado de 535,9% desde 2019, quando foram investidos R$ 91,5 milhões.
“A estratégia que estamos adotando de investir nos ambientes promotores de inovação e financiar os ativos tecnológicos do Estado para que gerem soluções para estes ambientes sem dúvida projetarão ainda mais os resultados que o Paraná tem obtido nos últimos anos,” diz o secretário estadual da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Aldo Bona.
Esses recursos foram aplicados em parques tecnológicos, incubadoras, projetos de pesquisa em universidades, editais para startups e educação tecnológica, por meio de órgãos como a Secretaria da Inovação e Inteligência Artificial (Seia), Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), além da Fundação Araucária, Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), e o Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná).
O ranking do Ibidi utiliza sete pilares para avaliar o desenvolvimento dos estados em temáticas como fomento ao empreendedorismo, acesso à educação de qualidade, ambientes que estimulem o investimento de empresas, capacidade de absorção de profissionais técnicos no mercado de trabalho, criação de conhecimento e difusão tecnológica.
Crescimento das startups
Entre os pilares onde o Paraná aparece em maior destaque está o de Conhecimento e Tecnologia, no qual o Estado aparece em 2º lugar, ficando atrás apenas de São Paulo. O pilar analisa a criação do resultado e impacto de atividades inovadoras, como, por exemplo, a quantidade de startups ativas, desenvolvimento de soluções tecnológicas e registro de patentes.
De acordo com dados do Sebrae, entre 2019 e 2024 o Paraná teve um crescimento de 103% no número de startups registradas, totalizando 2.095 (em 2019 eram 1.032). entre os principais setores de atuação das empresas estão as Heath Techs (10%), voltadas à saúde e bem-estar, seguido por IT & Coom (9%), de soluções para internet e comunicação e as Agro Techs (8%), de inovações para o agronegócio.
Voltado para o fomento de startups, o Governo do Estado conta com o Paraná Anjo Inovador, programa que oferece subsídio financeiro para empresas paranaenses desenvolverem produtos, serviços, processos e soluções inovadoras em diversas áreas, visando impulsionar a inovação no Paraná. Somando as duas edições já lançadas do programa, foram investidos R$ 37 milhões para 148 startups alavancarem seus negócios.
Durante o lançamento do segundo edital, o programa estimulou a criação de startups, se mostrando um instrumento importante para o fomento do empreendedorismo. Das 469 empresas inscritas no segundo edital, 101 foram abertas entre a data de publicação e a data final de submissão das propostas
Ainda dentro das temáticas de empreendedorismo e atração de negócios, o Paraná ficou entre os cinco primeiros nos pilares de Instituições e Economia, ficando em 5º e 4º lugares respectivamente. No pilar de Negócios, o Paraná também ficou na 5ª posição, com destaque para a dimensão “Apoio à Inovação”, na qual ficou em 3º lugar.
Ambiente de inovação do Paraná
Um dos fatores que colaborou para a classificação do Paraná na dimensão foi a ampla estrutura física e organizacional para o desenvolvimento científico e tecnológico. Atualmente o Estado conta com quase 500 ambientes de inovação credenciados junto ao Sistema Estadual de Ambientes Promotores de Inovação do Paraná (Separtec) distribuídos por todas as regiões do Paraná.
No total, são 37 Parques Tecnológicos (10 em operação, 11 em fase de implantação e 16 em planejamento), 53 Incubadoras; 63 Pré-Incubadoras; 12 Aceleradoras; 64 Centros de Inovação; 35 Agências de Inovação; 74 Hubs de Inovação; e 54 Espaços Maker.
Visando fortalecer também os ecossistemas regionais, a Seia investiu R$ 15 milhões para a implementação de centros de inovação e espaços coworking em 10 municípios. Outro investimento está sendo feito na Universidade Estadual de Londrina (UEL), que terá a primeira instituição de ensino superior estadual do Paraná a ter um parque tecnológico em seu câmpus. Ao todo estão sendo destinados R$ 18 milhões para a viabilização do UEL Tech, aporte proveniente do Fundo Paraná.
Além do investimento em espaços físicos, o Governo do Estado também tem aberto editais de fomento à pesquisa e inovação. Um exemplo é o edital HUBX Inteligência Artificial, que vai selecionar propostas para o desenvolvimento de novas soluções baseadas em IA, como otimização de processos, análise preditiva, personalização, inovação, tomada de decisão e melhoria da experiência do cliente.
Inovação com Capital Humano: educação para o futuro
O ranking também apontou o Paraná como 4º lugar no quesito Capital Humano, que avalia o acesso da população a uma educação de qualidade e o desenvolvimento de pesquisas.
Em 2024, o Estado se consolidou como líder no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), tendo também a melhor educação do Brasil tanto no ensino fundamental quanto no ensino médio.
Entre as iniciativas que colaboram para a classificação são os investimentos voltados à capacitação de jovens em áreas correlatas a inovação e tecnologia, como o Talento Tech, programa de qualificação profissional em Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) para alunos do ensino médio e ensino superior que moram nos 50 municípios com menor Índice Ipardes de Desenvolvimento Humano (IPDM).
A iniciativa busca suprir a demanda por profissionais qualificados na área de TI, ao mesmo tempo em que amplia as oportunidades de inserção no mercado para estudantes e recém-formados. A primeira turma contou 1.000 alunos, que durante 10 meses tiveram aulas profissionais da área, desenvolvimentos de projetos, além de receberem uma bolsa mensal de até R$ 1.500 e notebooks para estudos durante o curso.
O programa Talento Tech é desenvolvido de forma conjunta pelas secretarias da Inovação e Inteligência Artificial (Seia), Planejamento (SEPL), Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti) e Educação (Seed), além da Fundação Araucária, sendo coordenado pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG).
Infraestrutura garante acesso à inovação
Ficando em 5º lugar e acima da média nacional, o Paraná se destacou no pilar Infraestrutura, que analisa a qualidade no acesso a comunicação como acesso a energia, internet e telefones.
Tendo em vista a necessidade promover para a população uma melhor qualidade de vida e a democratização do acesso à internet, o Governo do Estado, por meio da Seia, conta com o programa de Conectividade Rural.
A iniciativa tem como uma das suas principais ações a parceria com as operadoras de telecomunicação para a instalação de um total de 541 novas torres de telefonia e internet, viabilizada através de um modelo inovador de uso de créditos de ICMS.
A expansão da cobertura de internet em áreas rurais já resultou em um acréscimo anual de R$ 2,08 bilhões ao Produto Interno Bruto (PIB) do Paraná, segundo um levantamento do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes) neste ano.
A primeira parceria foi assinada em 2024 com a operadora TIM, que investiu R$ 22 milhões para a construção de 116 antenas em 83 municípios, atendendo em torno de 40 mil pessoas diretamente e mais 2 milhões de forma indireta.
Outra parceria foi assinada com a operadora Claro para a implementação de 378 antenas de telecomunicação em 194 municípios. Ao todo, a operadora vai investir R$ 99,8 milhões no projeto, que além de construir torres em localidades rurais também irá contemplar pontos estratégicos de rodovias, áreas de fronteiras e cidades do Litoral, impactando mais de 7 milhões de pessoas.
Até o momento já foram instaladas mais de 80 torres. A expansão continuará com a entrega de mais 144 torres até o fim do ano. As outras 155 torres restantes serão concluídas em 2026.
O programa acontece em conjunto com a Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, Secretaria da Fazenda e outros 17 órgãos. O objetivo é conectar 100% do campo paranaense até o final de 2026.