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(José Fernando Ogura/SMCS)

Divulgado nesta quinta-feira (28/3), o novo Boletim InfoGripe da Fiocruz aponta aumento dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em crianças, jovens e adultos no cenário nacional. Tanto Curitiba quanto o Paraná, de acordo com o boletim, estão com alta de casos. A atualização, que tem como base os dados inseridos no Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) até 25 de março, é referente à Semana Epidemiológica (SE) 12, de 17 a 23 de março.

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Pesquisador do Programa de Computação Científica da Fiocruz (Procc/Fiocruz) e coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes observa que essa conjuntura mascara o crescimento dos casos de SRAG pelos demais vírus respiratórios nessas faixas etárias, especialmente aqueles associados ao vírus influenza A. “Esse cenário é fundamentalmente igual ao da semana passada. Manutenção de queda nas internações associadas à Covid-19 no Centro-sul, contrastando com o aumento de VSR e rinovírus em praticamente todo o país (incluindo o Centro-sul) e influenza A no Norte, Nordeste, Sudeste e Sul”, informa Gomes.

Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos como resultado positivo para vírus respiratórios foi de 16,1% para influenza A; 0,4% para influenza B; 30,1% para VSR; e 40,7% para Sars-CoV-2 (Covid-19). Entre os óbitos, a presença destes mesmos vírus entre os positivos foi de 13,9% para influenza A; 0% para influenza B; 5% para VSR; e 79,3% para Sars-CoV-2.

Incidência e mortalidade

A incidência de SRAG por Covid mantém o cenário de maior impacto nas crianças de até dois anos e população a partir de 65 anos de idade. O aumento da circulação do VSR tem gerado crescimento expressivo da incidência de SRAG nas crianças pequenas, superando aquela associada à Covid-19 nessa faixa etária. Outros vírus respiratórios com destaque para a incidência de SRAG nas crianças pequenas continuam sendo o Sars-CoV-2 (Covid-19) e rinovírus. Já o vírus influenza vem aumentando a incidência de SRAG em crianças, pré-adolescentes e idosos. Quanto à mortalidade por  de SRAG tem se mantido significativamente mais elevada nos idosos, com amplo predomínio de Covid-19.

A incidência e mortalidade semanal média, nas últimas oito semanas epidemiológicas, mantém o cenário típico de maior impacto nos extremos das faixas etárias analisadas. No entanto, o aumento da circulação do VSR tem aumentado a incidência de SRAG nas crianças até dois anos de idade, tendo superado aquela associada ao Sars-CoV-2 nessa faixa etária. Em termos de mortalidade, a população a partir de 65 anos continua sendo a mais impactada, fundamentalmente por conta do Sars-CoV-2.