Pesquisa divulgada ontem indica que em 2012 houve 2.530 ataques a bancos, caixas eletrônicos e postos de atendimento no país, um crescimento de 56,89% na comparação com 2011. A média diária ficou em 6,92 ocorrências. São Paulo é o estado que lidera o ranking, com 492 ataques. Em seguida vêm Minas Gerais (301), o Paraná (214), a Bahia (210) e Mato Grosso (185).
Os dados estão na 4ª Pesquisa Nacional de Ataques a Bancos, feita pela Confederação Nacional dos Vigilantes (CNTV) e pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), com apoio do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O levantamento foi feito com base em dados divulgados pela imprensa, estatísticas de secretarias de Segurança Pública e informações de sindicatos e federações de vigilantes e bancários.
O aumento de ataques a bancos, sobretudo de arrombamentos, tem muito a ver com a onda de explosões de caixas eletrônicos, muitos instalados em locais inseguros e desprovidos de equipamentos de segurança, explica o presidente do Sindicato dos Vigilantes de Curitiba, João Soares. O Exército precisa melhorar a fiscalização e o controle do transporte, armazenagem e comércio de dinamite, aponta.

No Paraná o levantamento foi coordenado pelo Sindicato dos Vigilantes de Curitiba e Região, com o apoio do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região, da Federação dos Vigilantes do Paraná e da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Paraná (Fetec-CUT/PR). O total de casos foi certamente ainda maior devido à dificuldade de levantar informações em alguns estados e pelo fato de que nem todas as ocorrências são noticiadas.
Conforme estudo feito pelo Dieese, com base nos balanços publicados em 2012, os seis maiores bancos lucraram R$ 51,3 bilhões e aplicaram R$ 3,1 bilhões em despesas com segurança e vigilância, o que representa uma média de 6,1% na comparação entre os lucros e os gastos com segurança.
Esses dados dos balanços são bem inferiores aos números que os bancos divulgam na grande mídia, mas sem nenhuma transparência nem qualquer detalhamento. Os bancos dizem que estão preocupados com a segurança, mas gastam muito pouco diante de seus lucros gigantescos, salienta Otávio Dias, presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba. A Caixa Econômica Federal foi a instituição que mais investiu em segurança em 2012 em relação ao lucro, atingindo 11,3%.
No ano passado, foram contabilizados 773 assaltos e tentativas de assalto no País todo, o que representa um aumento de 18,22% em relação a 2011. Os arrombamentos a agências, postos de atendimento e caixas eletrônicos somaram 1.757, alta de 83,21%. Em 2011, foram registrados 1.612 ataques, sendo 653 assaltos e 959 arrombamentos.
Em 2012, 57 pessoas foram assassinadas, uma média de quase 5 vítimas mortas por mês, o que representa aumentos de 16,3% em relação a 2011, quando foram registradas 49 mortes, e de 147,8% em comparação com 2010, que teve 23 mortes. No Paraná foram quatro mortes.