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Ação de combate à dengue (Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil)

São Paulo, Minas Gerais e Paraná concentram 73% dos casos de dengue no Brasil neste ano. Segundo, os dados divulgados nesta terça, 8, pelo Ministério da Saúde, entre janeiro e março deste ano, 850 mil casos prováveis de dengue foram notificados no Brasil. Os três estados respondem por 86% de todos os óbitos por dengue no país.

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O Ministério da Saúde anunciou ainda uma lista com 80 municípios classificados como prioritários para ações de controle da dengue. Desses, 16 ainda não haviam sido incluídos na estratégia de vacinação contra a doença e devem passar a receber as doses. 

Segundo a pasta, o estado de São Paulo concentra 55 municípios que integram a lista, seguido pelo Paraná, com 14 municípios, pela Bahia e pelo Pará, com três municípios cada, por Goiás e pelo Acre, com dois municípios cada, e pelo Rio Grande do Norte, com um município. 

Municípios do Paraná incluídos em lista

1 Cambé
2 Cascavel
3 Londrina
4 Foz do Iguaçu
5 Toledo
6 Loanda
7 Mandaguaçu
8 Querência do Norte
9 Curitiba
10 Jataizinho
11 Florestópolis
12 Primeiro de Maio
13 Maringá
14 Santa Cruz de Monte Castelo

A estimativa do ministério é que cerca de 68 milhões de pessoas vivam nesses 80 municípios, selecionados por registrarem alta transmissão de casos de dengue – mais de 50 casos por 100 mil habitantes – ou casos da doença em ascensão. 

Mortes por dengue preocupam

“O que tem nos preocupado? Os óbitos”, destacou a secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente, Mariângela Simão, durante coletiva de imprensa. Segundo ela, a letalidade por dengue no estado de São Paulo, neste momento, é maior do que a média nacional. “Todo óbito por dengue, em princípio, é uma morte evitável”, completou. 

Sorotipos da dengue

Mariângela ressaltou ainda a circulação do sorotipo 3 da dengue no país ─ tipo do vírus que não circulava no Brasil há mais de 15 anos e, por isso, encontra menos pessoas imunes ao contágio. Neste momento, 22% dos casos de dengue registrados no Brasil são do sorotipo 3. 

Dados da pasta indicam também que 72% dos casos de dengue registrados no estado de São Paulo são do sorotipo 3. “Temos mais gente suscetível a ele”, explicou a secretária. 

Ainda segundo Mariângela, o estado de São Paulo identificou ainda a circulação do sorotipo 4 da dengue ─ ao todo, quatro casos foram notificados, sendo três confirmados para o sorotipo. 

De acordo com o ministério, o sorotipo 2 segue respondendo pela maioria dos casos de dengue identificados no país, com índice de 72%. 

Pico de casos

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, lembrou que os meses de abril e maio, tradicionalmente, respondem como o período de maior registro de casos e, consequentemente, de óbitos pró dengue ─ sobretudo na Região Sudeste. 

Segundo ele, a proposta de apresentar o balanço de três meses da dengue no país contribui, inclusive, para preparar a pasta para o que ainda está por vir nesse período. “É um corte importante”, avaliou. 

“Está claro para todos nós: temos uma redução expressiva no número de casos em 2025, quando comparados com 2024. Não é pouca coisa reduzir 75%”, disse Padilha, ao citar 2,3 milhões de casos a menos que os três primeiros meses do ano passado. 

“Temos uma concentração desses casos em um estado”, destacou. “Queremos e vamos reforçar ações para apoiar estados onde há uma concentração, neste momento, do número de casos”, completou o ministro.

Centros de hidratação 

De acordo com a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Mariângela Simão, a proposta é reduzir os casos graves e os óbitos por dengue. A pasta planeja, por exemplo, mobilizar a Força Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) no intuito de reorganizar a rede assistencial dos municípios selecionados.  

Segundo ela, o ministério está preparado para ofertar até 150 centros de hidratação com até 100 leitos cada nos municípios que integram a lista, com um investimento de até R$ 300 milhões. 

“A hidratação, no caso da dengue, é a diferença entre a vida e a morte”, ressaltou a secretária. 

Busca ativa por não-vacinados contra dengue

Mariângela destacou que a pasta pretende realizar ainda, em parceria com estados e municípios selecionados, uma busca ativa de não vacinados e de pessoas que não completaram o esquema vacinal contra a dengue e que seguem com a segunda dose pendente. 

O ministério também se comprometeu a monitorar os estoques da vacina contra a dengue nos municípios classificados como prioritários e garantiu o abastecimento de todas as 80 cidades que integram a lista. 

“Reforçamos a orientação para não haver perda de vacina”, destacou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, se referindo às datas de vencimento das doses, não descartando um planejamento de ampliação da faixa etária, a depender da situação epidemiológica de cada município. 

“Quero reforçar a importância de se ter duas doses. Uma dose só não dá cobertura. Tem vacina suficiente para os municípios completarem duas doses por pessoa”, disse.

>>> Os principais sintomas da dengue são:

  • febre alta
  • dor atrás dos olhos
  • dores no corpo, músculos e articulações
  • manchas avermelhadas na pele e coceira
  • náuseas