
O Governo do Estado, por meio da Secretaria da Saúde (Sesa), monitora a febre maculosa no Paraná com equipes técnicas da Divisão de Doenças Transmitidas por Vetores. A doença, transmitida pelo carrapato-estrela, teve seu primeiro caso confirmado no território em 2006, no município de Itambaracá, situado na região Norte.
De acordo com levantamento da Sesa, desde 2018 houve o registro de 42 casos confirmados da doença. No ano passado foram 63 notificações, nove casos confirmados e dois óbitos, que ocorreram no município de Ribeirão Claro, de abrangência da 19ª Regional de Jacarezinho.
Este ano foi confirmado um caso em Foz do Iguaçu, na região Oeste, com 43 notificações. Nos demais anos foram 5 casos 2018; 19 confirmações em 2019; 10 em 2020 e um caso apenas em 2021.
“A doença é monitorada no Paraná pela nossa Vigilância Ambiental. Estamos atentos, com equipes capacitadas e constantemente realizamos cursos e atualização junto ao Ministério da Saúde. Em caso de suspeita deve-se procurar imediatamente os serviços de saúde”, alerta o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto.
Os principais sintomas são febre de início súbito, dor de cabeça e no corpo, podendo ou não estar acompanhada de aparecimento de manchas avermelhadas entre o segundo e quinto dia de evolução da doença ou manifestações hemorrágicas.
Picada do carrapato transmite a doença
A febre maculosa é uma doença febril infecciosa, causada por uma bactéria do gênero Rickettsia, transmitida pela picada do carrapato. A espécie é encontrada com mais facilidade em locais próximos a matas, com umidade elevada. Este tipo de carrapato também se “hospeda” em animais como bois, cavalos, capivaras e cachorros e por meio deles entra em contato com as pessoas, sendo necessário o vínculo epidemiológico com o vetor transmissor – o carrapato infectado.
A Secretaria da Saúde publicou uma Nota Técnica 001/2019 com dados da vigilância epidemiológica, características da doença, sintomas, cuidados, manejo e tratamento. Todo o caso suspeito requer notificação imediata, registrada no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), através do preenchimento da Ficha de Investigação da Febre Maculosa.
Em 27 de abril, foi realizada uma capacitação para aprofundar conhecimentos relacionados ao carrapato-estrela. O evento, que reuniu técnicos do MS, além de médicos da Fiocruz/RJ.
2023
País tem 53 casos
O Ministério da Saúde atualizou para 53 o número de casos de febre maculosa confirmados este ano no país, com oito mortes registradas. Todos os óbitos ocorreram na Região Sudeste — seis em São Paulo, um em Minas Gerais e um no Rio de Janeiro. Quanto ao número de casos, a maior concentração de ocorrências é verificada nas regiões Sudeste (30) e Sul (17).
Segundo a pasta, no geral, os casos aparecem de maneira esporádica. A transmissão da febre maculosa ocorre somente por meio do contato com o carrapato estrela infectado pela bactéria do gênero Rickettsia. Não há, portanto, transmissão de pessoa para pessoa. “O tratamento oportuno é essencial para evitar formas mais graves da doença e óbitos”, alerta o ministério.
De acordo com a pasta, assim que surgem os primeiros sintomas, o paciente deve procurar as unidades de saúde para avaliação médica e tratamento disponível no Sistema Único de Saúde (SUS). O ministério informa que tem promovido ações recorrentes de capacitação direcionadas às vigilâncias estaduais e municipais, envolvendo profissionais da vigilância e da atenção à saúde. (Abr)