
Dados do Censo Demográfico de 2022 divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que o Paraná reverteu uma tendência que perdurava desde os anos 1980 de redução da sua participação no total da população brasileira. Atualmente, as pessoas que residem nos 399 municípios paranaenses representam 5,64% de todos os brasileiros, um crescimento de 0,16 ponto porcentual em relação ao Censo de 2010, retomando o mesmo patamar do Censo de 2000.
De acordo com o IBGE, o Estado teve um acréscimo de quase um milhão de moradores nos últimos 12 anos. O resultado pode ser explicado pela diferença entre o número de nascimentos e de mortes no período, bem como pela migração de brasileiros de outros estados e estrangeiros para o Paraná.
O primeiro estudo populacional feito pelo IBGE foi realizado em 1872, ano em que o Paraná representava apenas 1,28% da população do Brasil – 126 mil habitantes de um total de 9,9 milhões. Durante quase um século, a tendência foi de crescimento nesta participação, chegando ao auge na década de 1970, quando 7,4% de todos os brasileiros residiam no Estado. No comparativo desses 150 anos, o crescimento da população paranaense foi de mais de 9.00
Densidade
O Estado do Paraná tem uma densidade demográfica de 57,42 habitantes por quilômetro quadrado. O número é superior à densidade média brasileira, de 23,86 habitantes por quilômetro quadrado, e ligeiramente superior à média da região Sul, 51.
O Estado tem a 12ª maior densidade entre as unidades da Federação, apesar de contar com a 15ª maior área em extensão. Na liderança aparece o Distrito Federal, com uma densidade de 489,01. Entre os vizinhos do Sul, Santa Catarina ocupa o 8º lugar, com densidade de 79,49, e o Rio Grande do Sul, logo atrás do Paraná, está na 13ª posição, com 38,62.
Entre os municípios paranaenses, Curitiba apresenta a maior densidade demográfica, com 4.078,56 habitantes por quilômetro quadrado. A cidade apresenta a 23ª maior densidade do Brasil e a 7ª entre as capitais.
Entre 100 cidades mais densamente povoadas do Brasil, além de Curitiba, estão três cidades da Região Metropolitana da Capital e uma da Região Metropolitana de Maringá.
Pinhais, com uma densidade demográfica, de 2.086,76 habitantes por quilômetro quadrado, é a 61ª cidade mais povoada do Brasil. Na sequência, vem Fazenda Rio Grande, com uma taxa de 1.275,9, na 85ª posição; e Colombo no 95º lugar, com 1.174,49. Sarandi, na Grande Maringá, é a 97ª cidade mais povoada do Brasil, com 1.144,48 habitantes por quilômetro quadrado.
Em contrapartida, a cidade menos povoada é Alto Paraíso, na região Noroeste, com uma densidade demográfica de 3,16 habitantes por quilômetro quadrado.
Confederação dos Municípios alerta para impactos do Censo e pede novo levantamento em 2025
Representando o movimento municipalista, a Confederação Nacional de Municípios (CNM) alerta para os impactos do Censo Demográfico divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na quarta-feirao. Para a entidade, os dados não representam com fidedignidade a realidade do país e impacta diretamente nos recursos transferidos aos Entes locais, especialmente em relação ao Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e a diversos programas federais que consideram o porte populacional.
Segundo a publicação, a população brasileira teve uma redução de aproximadamente 4 milhões de habitantes frente à prévia do Censo divulgada no final de dezembro de 2022 e 10 milhões em relação às estimativas populacionais divulgadas em 2021. Desvios muito acentuados entre a população estimada e a efetiva, conforme se mostrou neste Censo, apontam para erros de estimativas com sérias consequências para a gestão municipal. Por entender a relevância dessa radiografia para o país, a Confederação vai atuar junto ao Congresso Nacional e ao Executivo para que uma nova contagem populacional seja realizada já em 2025 a fim de levantar dados efetivos e corrigir as distorções decorrentes do levantamento.
Destaca-se que a Lei 8.184/1991, em seu art. 1°, determina que o Censo Demográfico deve ser realizado a cada dez anos, sendo que o último havia ocorrido em 2010 apresentando informações sobre número de habitantes do território nacional, características da população e como vivem os brasileiros. Já a contagem populacional é realizada a cada cinco anos com o objetivo principal de atualizar as estimativas populacionais de cada Município, mas não foi feita em 2015.
Além da não realização desses levantamentos, o Censo Demográfico teve atrasos e intercorrências graves decorrentes da falta de verbas e estrutura destinadas à sua realização.
Diante disso, a CNM acompanhou com atenção e preocupação os inúmeros relatos de gestores municipais sobre problemas enfrentados na ponta durante a coleta, a exemplo da dispersão dos recenseadores, que tiveram salários pagos com atraso, da falta de qualificação de pessoal e estrutura do IBGE, e de outros problemas na coleta, e que foram refletidos nos resultados previamente divulgados pelo IBGE no final de 2022.
Pela análise da CNM, 770 Municípios vão ter perdas de coeficiente do FPM; 4.523 se mantiveram estáveis; e 249 irão ganhar. Aproximadamente 61% dos Municípios dos Estados do Amazonas e de Rondônia perderam coeficientes, seguido dos Municípios do Amapá (33%), do Pará (33%) e de Alagoas (32%). Quando se analisam os dados por Região, 29% dos Municípios do Norte perderam coeficientes, enquanto o percentual para o Nordeste é 18%; para o Centro Oeste e Sudeste, 11%; e para o Sul, 8%.
Outro ponto se refere à imputação da população (que se refere à técnica para elevar a população nas cidades em que foram observados problemas de coleta). Do total de 203 milhões de habitantes, 195 milhões foram obtidos a partir da coleta de população e 8 milhões acrescidos a partir de estimativas de imputação. A agregação dos percentuais de população imputada indica que os maiores esforços do IBGE ocorreram em São Paulo (quase 6% da população total). Também estão acima da média as cidades localizadas em Mato Grosso, Paraná, Rio de Janeiro e Mato Grosso do Sul. No outro extremo, Paraíba e Roraima apresentaram imputações inferiores a 1% da população total.
Preocupada com as fragilidades que a estimativa a partir dos dados preliminares do Censo 2022 já apontava, a CNM apresentou proposta, sancionada e transformada na Lei Complementar 198/2023, que beneficiará imediatamente 1.019 cidades. O texto mitiga as perdas imediatas dos Municípios que tiveram queda de coeficiente e repassa os ganhos para aqueles que aumentaram de faixa populacional ainda em 2023, com a obrigatoriedade de publicação de nova decisão do Tribunal de Contas da União em dez dias. A CNM também atua como amicus curiae nas ADPFs 1042 e 1043, que discutem aspectos de constitucionalidade da Decisão Normativa do TCU editada com base na contagem populacional parcial e estimativas do IBGE.
Dados
Paraná tem seis cidades entre as 100 que mais cresceram no País
“Entre as 100 cidades que mais cresceram no Brasil, segundo dados do Censo 2022 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), publicado na quarta-feira, seis municípios estão no Paraná. Eles tiveram saltos de 45% a 82%, como o caso de Fazenda Rio Grande.
Além desse município da Região Metropolitana de Curitiba, que quase dobrou de tamanho desde 2010, indo de 81 mil para 149 mil habitantes e que está em 18º lugar entre os que mais cresceram no Brasil em relação à população anterior, integram esta lista Floresta (76%), Mandaguaçu (59%), Vitorino (49%), Pontal do Paraná (45%) e Sabáudia (45%).
Os dez maiores crescimentos relativos no Brasil foram de Canaã dos Carajás (PA) – 188%, Abadia de Goiás (GO) – 178%, Extremoz (RN) – 150, Goianira (GO) – 111%, Itapoá (SC) – 108%, Querência (MT) – 105%, Barra Velha (SC) – 103%, Satuba (AL) – 95%, Passo de Torres (SC) – 95% e Balneário Gaivota (SC) – 90%.
A evolução populacional do Paraná ao longo de todos os Censos Demográficos e da participação proporcional do Estado na população nacional
1872: 126.722 habitantes – 1,28%
1890: 249.491 habitantes – 1,74%
1900: 327.136 habitantes – 1,88%
1920: 685.711 habitantes – 2,24%
1940: 1.236.276 habitantes – 3,00%
1950: 2.115.547 habitantes – 4,07%
1960: 4.296.375 habitantes – 6,05%
1970: 6.997.682 habitantes – 7,40%
1980: 7.749.752 habitantes – 6,40%
1991: 8.443.299 habitantes – 5,75%
2000: 9.558.454 habitantes – 5,64%
2010: 10.444.526 habitantes – 5,48%
2022: 11.443.208 habitantes – 5,64%