Paraná recebe tecnologia inovadora para detecção do câncer de colo do útero

Por enquanto, Curitiba e Rio Branco serão as cidades a receber o exame primeiro

MinS, editado por Lívia Berbel
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Foto: Sesa-PR

O Paraná será um dos 12 estados do Brasil a receber o teste de biologia molecular DNA-HPV no Sistema Único de Saúde (SUS). A tecnologia, inicialmente, vai atingir 514 mil mulheres dos municípios de Curitiba e Rio Branco do Sul. Depois, outras cidades do estado vão receber o exame para detecção precoce do câncer de colo do útero.

O estado integra o grupo de 12 contemplados por já contar com serviços de referência para colposcopia e biópsia, garantindo fluxo assistencial completo para mulheres com resultados alterados. Além do Paraná, a iniciativa já começa a ser oferecida gradualmente no Rio de Janeiro, São Paulo, Ceará, Bahia, Pará, Rondônia, Goiás, Rio Grande do Sul, Pernambuco e Minas Gerais e no Distrito Federal.

“A partir de hoje, estamos implementando essa nova forma de diagnóstico e prevenção do câncer do colo do útero em 12 estados brasileiros. Estamos aproveitando a infraestrutura criada durante a pandemia para os testes de biologia molecular. Essa estrutura agora será utilizada para o diagnóstico do HPV, permitindo reduzir o tempo de espera e iniciar o tratamento o mais rápido possível”, explicou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, no Hospital da Mulher de Recife, em Recife (PE), onde a iniciativa foi lançada.

O que faz a nova tecnologia?

A tecnologia nacional detecta 14 genótipos do papilomavírus humano (HPV), identificando a presença do vírus no organismo antes da ocorrência de lesões ou câncer em estágios iniciais. A oferta possibilitará o rastreamento precoce em cerca de 5,6 milhões de mulheres em cinco anos, nos estados nos quais a iniciativa já começa a ser oferecida gradualmente. 

O HPV é a principal causa do câncer do colo do útero, terceiro tipo mais incidente em mulheres, com 17.010 casos novos estimados por ano, no triênio 2023-2025. Estimativa do Instituto Nacional de Câncer (INCA) aponta 15 casos da doença a cada grupo de 100 mil mulheres. Por isso, a oferta do novo modelo de rastreamento é considerada um marco para a saúde da mulher em vista de uma série de benefícios.

Além de conferir maior sensibilidade diagnóstica, o novo teste reduz a necessidade de exames e intervenções desnecessárias, com intervalos maiores entre as coletas quando o resultado der negativo.  Outra vantagem é o rastreamento equitativo e de alta performance, que alcança mulheres em áreas remotas ou com menor oferta de serviços.

A implementação começa por um município em cada estado, sendo ampliada conforme a finalização da troca do método. A meta é que, até dezembro de 2026, o rastreio esteja presente na rede pública de todo o território nacional, beneficiando 7 milhões de mulheres de 25 a 64 anos por ano. “Graças ao SUS e à parceria com estados e municípios, o Brasil será capaz de implementar nacionalmente essa tecnologia em tempo recorde. Países como Reino Unido, Espanha e Portugal levaram de dois a três anos para conseguir o mesmo”, evidencia o ministro.