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Haemagogus janthinomys (foto: Josué Damacena/Fiocruz)

A Secretaria de Saúde de Cascavel, Oeste do Paraná, confirmou nesta quinta (23) mais seis mortes por dengue. Agora, a cidade soma 40 mortes pela doença. Além disso, a secretaria confirmou que investiga um caso suspeito de Febre do Mayaro. A Febre do Mayaro é uma doença infecciosa febril aguda, cujo quadro clínico geralmente é de curso benigno, semelhante à dengue e à chikungunya.

Há uma semana, a Unicamp confirmou a circulação do vírus em humanos no Brasil (mais precisamente em Roraima). O patógeno tem como vetor o Haemagogus janthinomys, mosquito da febre amarela. De lá para cá, o Acre, Pará, Amazonas e Mato Grosso já registraram casos da doença.

Conforme informações do boletim epidemiológico de Cascavel, no período de 30/07/2023 a 18/05/2024, 30.405 casos de dengue e sete de e febre chikungunya foram confirmados.

Sintomas da febre do Mayaro

Os sintomas da Febre do Mayaro incluem início súbito com febre, entre 39 e 40°C, acompanhada de dor de cabeça, artralgia, mialgia, edemas articulares, calafrios, dor retro-orbital, mal-estar, erupção cutânea (exantema), vômitos e diarreia.

Em alguns casos, podem ser referidos náusea, tosse, dor de garganta, dor abdominal, congestão nasal, prurido, anorexia, nódulos linfáticos inchados e sangramento da gengiva.

Transmissão

O ciclo epidemiológico do vírus Mayaro (MAYV) é semelhante ao da Febre Amarela Silvestre e se dá com a participação de mosquitos silvestres, principalmente do gênero Haemagogus, com hábitos estritamente diurnos e que vivem nas copas das árvores, o que favorece o contato com os hospedeiros animais.

Não existe transmissão de uma pessoa para outra diretamente. O sangue dos doentes é infectante para os mosquitos durante o período de viremia, que dura entre 3 a 6 dias. A transmissão ocorre a partir da picada de mosquitos fêmeas infectadas ao se alimentar do sangue de primatas (macacos) ou humanos. Depois de infectados, e após um período de incubação extrínseca (em torno de 12 dias), os mosquitos podem transmitir o vírus por toda a vida. Assim como a febre amarela, a doença pelo vírus Mayaro é considerada uma zoonose silvestre e, portanto, de impossível eliminação. O homem é considerado um hospedeiro acidental, quando frequenta o habitat natural de hospedeiros, reservatórios e vetores silvestres infectados.