O mundo virtual está cada vez mais presente em nosso dia a dia. É com o apoio da internet e das redes sociais que estudamos, nos relacionamos e até trabalhamos. Mas ao mesmo tempo em que essas ferramentas se tornam parte fundamental de nossas vidas, também aumenta o número de pessoas que se aproveitam das novas tecnologias para práticas criminosas.
De acordo com o Núcleo de Combate aos Cibercrimes (Nuciber), da Polícia Civil, todos os dias são registrados de 15 a 20 ocorrências em Curitiba. Se considerados ainda os pedidos de apoio que chegam de outras delegacias pelo Paraná, o número de reclamações se aproxima de uma centena, com um registro a cada 14 minutos, em média.
As ocorrências mais comuns, aponta o delegado Demétrius Gonzaga de Oliveira, titular do Nuciber, envolvem crimes contra o patrimônio, desvio de dinheiro, estelionato virtual e crimes contra a honra (calúnia, injúria e difamação). No entanto, não é raro aparecerem casos ainda mais graves, como pedofilia, tráfico de drogas e questões raciais (injúria racial e racismo).
“Os cibercrimes estão se tornando cada vez mais comum porque a tecnologia vem sendo disponibilizada a um preço acessível, as redes abertas também facilitam a navegação. Então isso tudo é até decorrência da evolução das coisas, mas as pessoas vão se envolvendo e não conhecem os riscos. Falta prestar mais atenção e ter mais cuidado na hora de disponibilizar informações pessoais”, comenta o delegado titular do Nuciber.
Por conta desse aumento da demanda, inclusive, Demétrius de Oliveira aponta a necessidade de se fortalecer a estrutura do Núcleo. “Assim como o nível da criminalidade aumenta, há que se reforçar todas as estruturas, e isso não só no Paraná, mas em nível nacional. Já há alguns anos que o Núcleo deveria ter sido transformado em Divisão, até para a gente dar um suporte rápido e efeiciente em todo o estado”, diz.
Excesso de informações pessoais é um dos maiores problemas
Ainda segundo o delegado titular do Nuciber, os principais equívocos cometidos pelos internautas ao utilizar os meios virtuais de comunicação estão relacionados ao uso descontrolado e sem a devida cautela.
“Literalmente, falta prestação mais atenção e ter mais cuidado. As comunidades de relacionamento têm impulsionado muito a criminalidade e vemos as pessoas disponibilizarem informações de forma exagerada. Estudantes postam foto com uniforme do colégio, dizem para onde vão, o que estão fazendo. Isso tudo facilita (para o criminoso), que começa a fazer uma pesquisa (sobre a vítima) e tem muitos dados”, alerta Demétrius.
Uma solução, principalmente para os cidadãos com filhos jovens, é restringir o acesso à tecnologia, principalmente no período da noite, com o intuito de dificultar o contato dos filhos com estranhos. “Há de se impor certos limites, como não deixar roteadores abertos, não permitir que usem o celular durante a noite. O mais importante é os pais manterem o controle firme da utilização da tecnologia e sempre manter diálogo aberto e franco com os filhos, orientando e informando para que eles fiquem conscientes dos riscos.”
‘Virei vítima’. E agora? O que faço?’
Se você foi vítima ou vier a ser vítima de algum crime cibernético, deve procurar o Nuciber, localizado na Rua José Loureiro, número 376, no Centro de Curitiba. Se morar em outra cidade, procure a delegacia mais próxima de sua residência para registrar o boletim de ocorrência.
Na hora de fazer esse registro, é fundamental apresentar as evidência do delito. Se tiver sofrido algum tipo de prejuízo ao fazer compras online, por exemplo monte um dossiê dessa transação, fazendo print de telas, da oferta apresentada, levando comprovante de pagamento e de envio pelo Correios. Nos casos de crimes contra a honra, o procedimento é o mesmo, sempre lembrando que é fundamental ter cautela em relação aos dados disponibilizados em redes sociais.
Precauções contra os cibercrimes
Crimes contra o patrimônio
– Instale o pacote de segurança no computador
– Evite utilizar computadores em lanhouses e cybercafés
– Procure fazer conexões restritas, evitando redes wireless públicas
Estelionato – compras online
– Procure informações sobre a empresa
– Saiba se há alguém da loja com quem possa manter contato
– Sempre desconfie de preços muito baixos
– Utilize fontes seguras de pagamento
Crimes contra a Honra
– Não disponibilize muita informação pessoal e imagens
– Não fique exibindo bens materiais
– Não informe os locais por onde voc anda
Conhecendo pessoas online
– Crie vários pontos de localização com a pessoa
– Não forneça muitos dados pessoas
– Aos poucos vá angariando informação sobre o novo amigo