
Os riscos de incêndios florestais aumentam significativamente nos meses de inverno. Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), entre 1º de janeiro e 3 de agosto de 2025, o Brasil registrou 27.803 focos de queimadas. No Paraná foram 662 casos registrados no período.
O estado do Mato Grosso lidera o ranking com 4.618 ocorrências, seguido por Tocantins (4.077), Maranhão (3.563), Bahia (2838) e Pará (2060). O Paraná aparece em 13º lugar na lista nacional.
Apesar de preocupante, as ocorrências neste ano estão bem mais baixas que no ano passado. Em 2024, o país registrou 37.302 focos de queimadas. Trata-se do maior número da série histórica recente, superando os anos anteriores: 20.106 em 2023, 23.552 em 2022 e 23.136 em 2021.
As condições climáticas típicas desse período — como o tempo seco, ventos fortes e vegetação ressecada — criam um ambiente propício para a propagação do fogo, que pode se alastrar rapidamente por áreas de mata.
Causas
As queimadas podem ter causas naturais, como raios (classificadas tecnicamente como incêndios florestais). Contudo, em sua maioria, resultam de ações humanas, como fogueiras mal apagadas e, em alguns casos, atos criminosos.
No Paraná, segundo o Corpo de Bombeiros Militar do Paraná (CBMPR), um terço dos casos ocorre por queima de lixo em terrenos baldios , o que caracteriza imprudência.
O CBMPR registrou entre janeiro e julho desse ano 4.830 incêndios em vegetação no Estado e 1.641 que começaram com fogo ateado a lixo em terrenos baldios. O índice corresponde a mais de 30% do total. E não é isolado: no ano passado, ocorreram 11,9 mil incêndios em vegetação no Estado e 4,5 mil foram em terrenos baldios, o que corresponde a 37,8%. A relação é clara e preocupa o Corpo de Bombeiros.
Tecnologia inovadora ajuda no combate
Nem sempre o uso de água é suficiente para extinguir incêndios em áreas de mata. Segundo Alexandre Mitidieri, diretor de Negócios da Kidde Global Solutions (KGS), uma das soluções modernas utiliza a combinação de água e LGE (líquido gerador de espuma), que aumenta a eficácia no combate ao fogo.
Mitidieri explica que essa mistura atua no resfriamento do material em combustão: “O produto deve ser aplicado com esguichos convencionais, tanto em jato sólido quanto em neblina. A solução penetra rapidamente no material combustível, permitindo que as propriedades de resfriamento da água atuem com mais eficiência no controle do fogo.”
A fumaça proveniente dos incêndios também representa um risco à saúde pública, podendo causar ou agravar problemas respiratórios, como asma e bronquite. Crianças, idosos e pessoas com doenças crônicas devem redobrar a atenção e evitar a exposição à fumaça.
Como prevenir incêndios florestais
- Não jogue lixo ou entulho às margens das rodovias
- Não descarte bitucas de cigarro ou fósforos no chão, especialmente em áreas com vegetação seca
- Evite o uso de fogo para limpeza de terrenos ou queima de lixo
- Não acenda fogueiras próximas a áreas de mata
- Mantenha terrenos limpos em regiões próximas à vegetação seca, removendo folhas, galhos e materiais inflamáveis
- Não solte balões com fogo, pois eles podem causar incêndios
- Fique atento a atividades suspeitas e denuncie imediatamente à polícia (190) ou ao Corpo de Bombeiros (193).