Paraná retoma restrições mais duras. Curitiba segue determinação

Decreto vale para as sete regionais com mais casos da Covid-19 e devem durar 14 dias no mínimo

Redação Bem Paraná

Rodrigo Felix Leal/AN-PR - O governador Ratinho Jr e o secretário de Saúde

O governador Carlos Massa Ratinho Junior anunciou, ontem, uma série de medidas mais rigorosas para conter a evolução da pandemia do novo coronavírus no Paraná. As ações constam do decreto 4.942/2020 e passam a valer hoje, atingem 134 municípios e retomam as determinações do começo da pandemia, quando o Estado suspendeu as atividades não essenciais. Depois do decreto do Estado, Curitiba também publicou o seu, adotando as mesmas medidas do governo.

O documento define parâmetros mais rígidos de controle da circulação de pessoas e de funcionamento de atividades econômicas em municípios que compõem sete Regionais da Saúde, área que compreende 134 cidades. Estão inclusas as regionais de Cascavel, Cianorte, Cornélio Procópio, Região Metropolitana de Curitiba, Londrina, Foz do Iguaçu e Toledo.

As medidas, explicou Ratinho Junior, são necessárias para interromper a progressão acelerada das notificações e de mortes decorrentes da Covid-19. A inclusão das sete regionais leva em conta um cálculo epidemiológico que considera a taxa de incidência por 100 mil habitantes, o número de mortes pela mesma faixa populacional e a ocupação de leitos de UTI nas quatro macrorregionais de Saúde (Leste, Oeste, Norte e Noroeste).

Suspensos — A principal medida é a suspensão das atividades não essenciais por 14 dias, prazo que poder ser prorrogado por mais 7 dias. Segundo o decreto, haverá avaliações periódicas da continuidade das medidas depois do início da vigência, levando em consideração a evolução dos casos e critérios técnicos e científicos.

A regra se aplica também a shopping centers, galerias comerciais, comércio de rua, feiras livres, salões de beleza, barbearias, clínicas de estética, academias, clubes, bares e casas noturnas. Restaurantes e lanchonetes poderão atender somente no sistema drive-thru, delivery ou take away (retirada no balcão). O funcionamento do sistema buffet nas empresas deverá ser revisto ou suspenso para evitar a circulação do vírus.

O governador informou que os municípios abrangidos pelo decreto concentram 75% dos casos de infecção registrados no Paraná. “Temos feito tudo o que está ao nosso alcance desde o começo da pandemia. Reforçamos a estrutura de atendimento, contratamos mais profissionais, compramos equipamentos, mas isso tudo é finito. Nesse momento de curva mais ascendente, e diante do inverno, temos que reativar o isolamento social para que esse sistema não colapse”, afirmou Ratinho Junior.

Cascavel vai recorrer de novas normas
As medidas de restrições impostas pelo Decreto Estadual nº 4.942/2020, publicado ontem e que proíbem o funcionamento dos serviços não essenciais em Cascavel, serão respeitadas pelo município, mas o prefeito Leonaldo Paranhos já anunciou que irá recorrer junto à Secretaria de Estado da Saúde para que a cidade fique fora da quarentena.

A procuradora-geral do Município, Luciana Braga Côrtes, prepara um parecer que será apresentado ao governo estadual amanhã. O secretário de Saúde, Thiago Stefanello, também está elaborando uma planilha de dados que apontam que Cascavel tem feito o dever de casa com responsabilidade no enfrentamento ao novo coronavírus (Covid-19).

Em pronunciamento na tarde de ontem, o prefeito Paranhos lembrou que Cascavel é a cidade que mais realiza testes de Covid-19 no Estado e, por conta disso, possui números elevados de casos confirmados.

Governador diz que não é ‘lockdown’
O governador frisou que o Paraná não está em lockdown. “É uma quarentena mais restritiva em algumas regiões onde a curva está fora do controle normal. Nossas decisões serão pontuais e regionais, um trabalho de acupuntura. Se conseguirmos frear a velocidade da propagação, teremos tranquilidade para atender bem a população e não colapsar”, reforçou .

Outras regionais de Saúde poderão ser alvo de medidas similares, a depender da evolução dos casos e do cálculo epidemiológico.

Entre as medidas tomadas pelo governo estadual estão: