Paraná

Penitenciária Estadual de Piraquara

Unidade vive segundo motim em quatro dias

Bem Paraná

Dois agentes foram feitos reféns; negociações entraram pela noite. Penitenciários ameçam greve
Quatro dias depois de viver o inferno com uma rebelião, a Penitenciária Estadual de Piraquara II (PEP II), voltou a ter parte de suas instalações tomadas pelos detentos em novo motim, iniciado por volta das 7h30 de ontem. Nos últimos nove meses, foram 20 as rebeliões no Estado, segundo o Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná (Sindarspen). Ao todo, 31 agentes foram feitos reféns nestas rebeliões.
Na rebelião de ontem, participariam entre 60 e 70 dos presos, que fizeram dois agentes reféns. Eles reivindicavam melhorias nas condições do presídio, entre eles a colocação de novos colchões que eles mesmo queimaram na sexta-feira. As negociações para encerrar o motim começaram ainda de tarde e entraram pela noite.
Desta vez, sergundo algumas conversas de representantes da Secretaria de Estado da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (Seju) e os amotinados, a rebelião também teria começado por causa de uma disputa interna entre facções rivais dentro da PEP II.

Segundo o presidente do Sindaspen, Antony Jhonson, outro motivo foi a recente transferência de presos das delegacias para os presídios. “Isso que está acontecendo não é uma surpresa, uma hora iria acontecer, pois houve as transferências para os presídios e com isso aumentou muito a população carcerária, não tem como os profissionais trabalharem com esse estresse”, reclamou.
Por causa dos recentes motins, o governo do Estado acionou o Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) para investigar as causas das rebeliões e se há algum agente público envolvido nos motins.
O foco da rebelião na PEP II, está na galeria A, do bloco 3, e segundo o Sindaspen nela estão localizados os presos que lideraram o motim do fim de semana que provocou a transferência de 43 detidos.
Segundo a Secretaria de Estado da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (Seju), a PEP II possui capacidade para receber 1.108 vagas, e atualmente 1.037 detentos estão na penitenciária. Os agentes reclamam da falta de estrutura para manter o serviço dentro das penitenciárias.