Quadro neste fim de ano é diferente dos últimos, quando os casos ainda pressionavam o sistema (Franklin de Freitas)

A primeira semana do penúltimo mês de 2022 começou com indicativos positivos para os paranaenses no tocante à evolução da pandemia do novo coronavírus. Segundo dados extraídos dos informes epidemiológicos da Secretaria de Saúde do Paraná (Sesa-PR), a comparação entre o início de novembro e o início de outubro aponta para uma redução no número de casos, óbitos e internações provocadas pela doença pandêmica.

Com relação aos casos novos, por exemplo, entre os dias 1º e 4 de novembro (terça a sexta-feira da última semana) foram divulgados 671 diagnósticos no estado. No mês anterior, no mesmo período (1º a 4 de outubro), haviam sido registrados 1.018 diagnósticos, o que aponta para uma diferença de 34,09%.

Com relação aos óbitos, o mês de outubro registrou em seus primeiros dias 16 falecimentos. O mês de novembro, por sua vez, acumula 13 mortes, com queda de 18,75%.

Já com relação às internações, no começo do mês passado haviam 334 pacientes hospitalizados, 254 deles em leitos clínicos e 80 em Unidades de Terapia Intensiva (UTI). Atualmente, são 269 pacientes internados, 209 em enfermarias e 60 em UTIs.

Alguns sinais de alerta, contudo, não podem ser ignorados. O principal deles diz respeito à média móvel (de 7 dias) de óbitos, que na última sexta-feira estava em 3,57. Esse valor chegou a ser de 0,86 em outubro (no dia 13/10), mas em seguida começou a subir e chegou a bater em 6,86 (em 25/10), apresentando tendência de queda desde então.

Além disso, outros estados brasileiros têm verificado uma alta nas hospitalizações e mortes provocadas pelo coronavírus. É o caso de São Paulo, onde houve aumento de 86,5% nas internações do dia 17 de outubro até o último dia 31 Além disso, os resultados de laboratórios particulares indicam um aumento do número de testes positivos de covid-19 no Brasil. Entre 8 e 29 de outubro, o País saltou de 3% para 17% de novos diagnósticos confirmados para o vírus em relação ao total, segundo levantamento do Instituto Todos pela Saúde. Concomitante, a Europa já tem visto uma elevação de casos e internações.

São dados que servem para ressaltar a importância das pessoas manterem alguns cuidados básicos, como a higienização frequente das mãos e a utilização de máscaras em ambientes fechados.


Qual seria o impacto de uma nova onda de Covid-19?
Em menos de um ano o Brasil já registrou duas ondas de Covi-19, todas provocadas pela variante ômicron. A primeira oorreu entre dezembro de 2021 e fevereiro de 2022, influenciada pela sublinhagem BA.1 da variante; a segunda, entre maio e julho, foi causada pelas linhagens BA.4 e BA.5, que são, hoje, as que circulam no Brasil com maior frequência.

Segundo Anderson Brito, pesquisador científico do ITpS, responsável pela coordenação dos relatórios do Instituto Todos pela Saúde, o aumento recente na positividade de testes no Brasil estaria sendo ocasionado por linhagens que já circulam aqui, ou por novas variantes que circulam globalmente. Ele aponta que, nacionalmente, devemos acompanhar em breve uma elevação de casos, mas que é difícil prever os impactos da nova onda, porque tudo vai depender da variante circulante e dos níveis de proteção a nível populacional.

De toda forma, ele avalia como sendo “improvável” que o país, mais uma vez, sofra grandes impactos da doença, como em meados do ano passado. “Felizmente, onda após onda, temos visto número de hospitalizações e mortes cada vez menores. Muito disso se deve ao avanço da vacinação”.

Fiocruz aponta tendência de queda nos casos de síndromes no Paraná
Divulgado na última sexta-feira, o mais recente boletim InfoGripe Fiocruz aponta que, no Paraná, há tendência de queda, no curto e no longo-prazo, nos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), com probabilidade superior a 95%. O estado, inclusive, registra o menor patamar de incidência de SRAG desde o início do ano, com menos de 2,5 casos por 100 mil habitantes.

Por outro lado, o boletim da Fiocruz apota que, nacionalmente, há um aumento de casos semanais associados ao Vírus Sincicial Respiratório (VSR) em crianças de 0 a 4 anos. A análise destaca ainda que, no estado do Amazonas, observou-se um ligeiro aumento na presença de casos positivos para Covid-19.
“Esse dado do Amazonas pode estar associado ao crescimento nos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave [SRAG] na população adulta”, explica o pesquisador Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe. Referente à Semana Epidemiológica (SE) 43, período de 23 a 29 de outubro, o Boletim tem como base os dados inseridos no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) até o dia 31 de outubro.