holocausto perseguicao aos negros
Cartaz do Museu do Holocausto (Reprodução/Museu do Holocausto)

Apesar das políticas raciais do nazismo em relação aos judeus e ciganos terem sido bem documentadas, os pesquisadores deram pouca atenção às ações contra os negros. Esta minoria, embora não eliminada sistematicamente como outros grupos, enfrentou intensa discriminação – que variou do isolamento ao assassinato. Até hoje, são escassos os registros sobre a perseguição aos afro-alemães.

Este é o tema da exposição itinerante “Nossa Luta: a perseguição aos negros durante o Holocausto”, composta por 23 painéis, 5 vitrines e 5 totens com conteúdos audiovisuais inéditos. A mostra chega a Brasília após passar por Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Rio de Janeiro. De 14 de novembro a 08 de dezembro de 2023, ela permanece no Salão Negro do Congresso Nacional. A iniciativa é promovida pelo Museu do Holocausto em parceria com o Senado Federal, e teve apoio do Grupo de trabalho Afinidade de Raça e do Museu do Senado.

A proposta da exposição é dar visibilidade a novas narrativas, apresentando o contexto e a crescente privação dos negros desde o período colonial alemão (incluindo o genocídio de hereros e namaquas, na atual Namíbia), passando pela República de Weimar, até o nazismo consolidado. Destaque também para curtas biografias de afro-alemães que sobreviveram à perseguição nazista. A partir deste ano, a iniciativa também reúne trajetórias de vítimas desta forma de discriminação no Brasil.

O conteúdo foi criado em 2017 e lançado como um material educativo. Desenvolvido em parceria com a Clínica de Direitos Humanos da PUC-PR e com o Centro Cultural Humaita, entidade pautada no estudo e pesquisa da arte e cultura afro-brasileira, o projeto dá voz a uma comunidade marginalizada e, principalmente, usa a História para aproximar de uma discussão contemporânea e bem brasileira, sobre o ódio e racismo.

Segundo o coordenador-geral do Museu, Carlos Reiss, o pioneirismo está na conexão entre a perseguição nazista, os Direitos Humanos e a Consciência Negra. “Ele torna o legado do Holocausto mais próximo de todos, trazendo valores e lições que estimulam a sociedade a conhecer melhor seu passado para refletir sobre o presente e construir um futuro mais justo. O Holocausto é uma ferramenta educativa poderosa para trabalhar temas atuais e relevantes, dentre eles o racismo e a noção de consciência negra”, afirma Reiss.

O Museu

Com uma vocação educativa e linha pedagógica bem definida, o Museu do Holocausto de Curitiba narra os acontecimentos deste genocídio por meio de histórias de vítimas que têm ligação com o Brasil. Trata-se de um instrumento contra a desumanização nazista. O espaço também destaca a luta contra a intolerância, o ódio, a discriminação e o racismo, tão relevantes nos dias de hoje.

É o primeiro espaço do país que conseguiu unir os eixos de educação, memória e pesquisa com uma proposta museológica permanente para o trabalho sobre o Holocausto. Regularmente, promove seminários e debates, assim como desenvolve materiais pedagógicos que promovem uma discussão abrangente sobre o preconceito e a violência ao longo dos séculos XX e XXI.

Exposições Itinerantes

O Museu vai muito além da exposição permanente. Hoje, o acervo conta com oito mostras temporárias e itinerantes, todas com o objetivo de engajar novos públicos, de maneira interativa e atraente, em temas relativos ao Holocausto e Direitos Humanos. As exposições estão disponíveis para empréstimo por tempo determinado para outros museus, instituições e escolas. Para verificar estas possibilidades, é necessário entrar em contato pelo e-mail [email protected].

Para marcar entrevistas ou tirar dúvidas, entre em contato comigo pelo telefone (41) 99698-8920.

Serviço:

Exposição “Nossa Luta – Nossa Luta: a perseguição aos negros durante o Holocausto”
Senado Federal – Brasília/DF

Data: 14 de novembro a 8 de dezembro de 2023.

As visitas ao Congresso Nacional podem ser realizadas em dias úteis (exceto terças e quartas-feiras), aos fins de semana e feriados, das 9h às 17h. A cada 30 minutos é iniciado um tour com no máximo 40 visitantes presentes.

Segundas e sextas-feiras:

Agendada: marcações devem ser realizadas através da página “Agende sua visita”.
Espontânea: dispensa agendamento. Depende da disponibilidade de vaga(s) no horário.
Acesso: rampa principal do Congresso Nacional.

Terças e quartas-feiras: visitação FECHADA.

Quintas-feiras: apenas visitas agendadas.

Agendada: marcações devem ser realizadas através da página “Agende sua visita”, até as 17h de quarta-feira.
Acesso: Salão Branco (Chapelaria).

Finais de semana e feriados: apenas visitas espontâneas.

Dispensado o agendamento.
Acesso: rampa principal do Congresso Nacional.