Embora represente apenas 0,27% dos paranaenses, a população indígena tem uma presença marcante no Paraná. Segundo dados do Censo 2022, as pessoas indígenas estão presentes em 86,5% dos municípios do estado. Ou seja, em 345 das 399 cidades do estado há pelo menos uma pessoa que se declare indígena. Ao todo, são 30.466 indivíduos nessa condição, a grande maioria deles das etnias Kaingang e Guarani, embora também existam famílias descendentes do povo Xetá e algumas do povo Xokleng.
A lembrança é relevante porque no próximo sábado, dia 9 de agosto, comemora-se o Dia Internacional dos Povos Indígenas. A data surgiu em 1994, criada pela Organização das Nações Unidas (ONU) e escolhida por marcar a primeira reunião, em 1982, do Grupo de Trabalho das Nações Unidas sobre Populações Indígenas. O dia marca homenagem e reconhecimento das tradições dos povos indígenas e promover a conscientização sobre a inclusão dos povos originários na sociedade.
No Brasil, sempre de acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), há quase 1,7 milhão de indígenas (1.694.836 pessoas). Amazonas (490.935), Bahia (229.443) e Mato Grosso do Sul (116.469) possuem as populações indígenas mais expressivas, enquanto Sergipe (4.710), Distrito Federal (5.811) e Piauí (7.202) aparecem na outra ponta.
O Paraná, por sua vez, fica em 14º lugar entre as 27 unidades da federação. São 30.466 pessoas indígenas vivendo no estado, sendo o município de Nova Laranjeiras (região centro-oeste) o que reúne o maior contingente: 2.882 pessoas. Curitiba aparece na sequência (2.303), seguido por Manoel Ribas (região central, com 1.891), Tamarana (região norte, com 1.673) e Guaíra (região oeste, com 1.563).
Vestibular dos Povos Indígenas no Paraná tem inscrições até sexta-feira
O prazo de inscrições para os candidatos ao 25º Vestibular dos Povos Indígenas no Paraná está entrando na reta final. As inscrições podem ser feitas pelo site ou diretamente nas Terras Indígenas até esta sexta-feir. Nesta edição, a Universidade Estadual de Maringá (UEM) é a responsável pela organização do concurso, que oferta vagas em sete instituições públicas.
De acordo com o cronograma, definido pela Comissão Universidade para os Indígenas (Cuia) Estadual e pela Central do Vestibular Unificado (CVU) da UEM, os locais de prova, divididos em oito polos, saem no dia 5 de setembro. A prova oral terá aplicação no dia 14 de setembro e as provas escritas serão no dia 15, incluindo Conhecimento Geral e Redação. A Cuia publicará o resultado final no dia 10 de outubro.
O vestibular oferece seis vagas nas universidades estaduais de de Maringá (UEM), Londrina (UEL), Ponta Grossa (UEPG), do Oeste do Paraná (Unioeste), do Norte do Paraná (UENP), do Paraná (Unespar) e do Centro Oeste (Unicentro); e 10 vagas na Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Quem pode participar
Podem participar deste processo seletivo pessoas pertencentes às comunidades indígenas localizadas no Paraná, no caso das universidades estaduais, e pertencentes a etnias indígenas e residentes no Brasil, para os cursos de graduação da UFPR. É necessário ter Ensino Médio completo, conforme descrito no Manual do Candidato, pois a prova terá questões com a predominância da verificação da capacidade de argumentação, de raciocínio e de pensamento crítico.
Atualmente, a UEM conta com indígenas nos cursos de graduação presencial de Administração, Agronomia, Direito, Educação Física, Enfermagem, Geografia, História, Letras, Medicina, Odontologia, Pedagogia e Serviço Social; e, na modalidade a distância, em: Ciências Biológicas, História, Letras e Pedagogia.
O cronograma para o Vestibular dos Povos Indígenas do Paraná tem prazo de inscrições até 8 de agosto. A lista de inscrições homologadas sairá no dia 20 de agosto.
Os locais de prova serão conhecidos no dia 5 de setembro e as provas realizadas em 14 e 15 de setembro. O resultado tem previsão de sair no dia 10 de outubro.