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Holubtsi à esquerda (Foto: Turismo de Prudentópolis)

O Paraná é um território de sabores que vão muito além do famoso barreado ou da carne de onça. A diversidade de povos que colonizaram o estado e a força da produção agrícola criaram uma cozinha rica, cheia de histórias e receitas que resistem ao tempo, algumas tão regionais que muitos paranaenses sequer ouviram falar.

Entre as bebidas mais emblemáticas, o café, o chimarrão e a cachaça dividem espaço com vinhos e cervejas artesanais. Já na culinária, há pratos reconhecidos como patrimônio cultural imaterial, mas também há iguarias escondidas nas cozinhas do interior, transmitidas de geração em geração. É o caso dos seis pratos que você vai conhecer agora.

Pachola

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Pachola (Foto: Siturs Jacarezinho/Reprodução)


Em Jacarezinho, no Norte Pioneiro, um prato ganhou status de símbolo local: a pachola. Instituída como prato típico por lei municipal em 2014, sua origem curiosa remonta às décadas de 1950 e 1960. Naquela época, jovens que estudavam em outras cidades voltavam para passar a Páscoa com a família. Além disso, omo no feriado os mercados fechavam, alguns “atrevidos” saíam na noite de sábado e pegavam galinhas dos galinheiros vizinhos. Desse modo, o improviso na cozinha resultou em uma mistura saborosa de frango cozido, arroz e condimentos, que acabou virando tradição do Sábado de Aleluia.

Pintado na Telha

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Pintado na Telha (Foto: Chef Taico/Reprodução/Facebook)


No Oeste do estado, especialmente em Guaíra, um peixe se tornou protagonista: o pintado, abundante nas águas do rio Paraná. A receita do Pintado na Telha remonta à cultura indígena, quando a argila era usada para confeccionar utensílios, incluindo a telha que hoje serve de base para assar o peixe. Atualmente, a receita ganhou temperos e acompanhamentos como arroz, pirão e farofa com a chegada dos colonizadores. Tanto sucesso garantiu até um evento anual dedicado ao prato.

Kutiá

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Kutiá (Foto: Turismo de Prudentópolis)


Prudentópolis, conhecida como a “Pequena Ucrânia”, preserva receitas trazidas pelos imigrantes do Leste Europeu, e entre elas está o kutiá. Essa sobremesa é feita com trigo em grãos, mel, uvas, nozes e, às vezes, frutas secas. É um prato com significado religioso, tradicional nas celebrações natalinas ucranianas.

Castropeiro


Nos Campos Gerais, a cidade de Castro batizou de “Castropeiro” um prato robusto feito com toucinho, lombo de porco, linguiça, charque, ovos e temperos. O preparo elaborado fez com que, com o tempo, surgisse uma versão mais prática: o virado tropeiro, à base de feijão preto, farinha de milho, bacon e torresmo, servido com arroz branco, ovo frito, couve e linguiça.

Borscht e Hulopti

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Borscht (Foto: Freepik)


Ainda na tradição eslava, dois pratos merecem destaque. O borscht é uma sopa vibrante à base de beterraba, carne de porco e repolho, geralmente servida com nata e batatas. É reconfortante e colorida, perfeita para os dias frios. Já o hulopti, ou holubtsi, consiste em folhas de repolho ou couve recheadas com arroz, quirera, carne e temperos. É comum que as famílias usem variações, acrescentando cogumelos, trigo sarraceno ou linguiça defumada, sempre mantendo o cuidado artesanal no preparo.

Kelem dolmasi, cabbage leaves stuffed with meat takeaway.
Holubtsi (Foto: Freepik)