Seis pratos típicos de regiões do Paraná que você provavelmente nunca provou

Iguarias escondidas nas cozinhas de diferentes regiões do estado são transmitidas de geração em geração

Isabelle Sales
repolho secretaria de turismo de prudentópolis

Holubtsi à esquerda (Foto: Turismo de Prudentópolis)

O Paraná é um território de sabores que vão muito além do famoso barreado ou da carne de onça. A diversidade de povos que colonizaram o estado e a força da produção agrícola criaram uma cozinha rica, cheia de histórias e receitas que resistem ao tempo, algumas tão regionais que muitos paranaenses sequer ouviram falar.

Entre as bebidas mais emblemáticas, o café, o chimarrão e a cachaça dividem espaço com vinhos e cervejas artesanais. Já na culinária, há pratos reconhecidos como patrimônio cultural imaterial, mas também há iguarias escondidas nas cozinhas do interior, transmitidas de geração em geração. É o caso dos seis pratos que você vai conhecer agora.

Pachola

Pachola (Foto: Siturs Jacarezinho/Reprodução)


Em Jacarezinho, no Norte Pioneiro, um prato ganhou status de símbolo local: a pachola. Instituída como prato típico por lei municipal em 2014, sua origem curiosa remonta às décadas de 1950 e 1960. Naquela época, jovens que estudavam em outras cidades voltavam para passar a Páscoa com a família. Além disso, omo no feriado os mercados fechavam, alguns “atrevidos” saíam na noite de sábado e pegavam galinhas dos galinheiros vizinhos. Desse modo, o improviso na cozinha resultou em uma mistura saborosa de frango cozido, arroz e condimentos, que acabou virando tradição do Sábado de Aleluia.

Pintado na Telha

Pintado na Telha (Foto: Chef Taico/Reprodução/Facebook)


No Oeste do estado, especialmente em Guaíra, um peixe se tornou protagonista: o pintado, abundante nas águas do rio Paraná. A receita do Pintado na Telha remonta à cultura indígena, quando a argila era usada para confeccionar utensílios, incluindo a telha que hoje serve de base para assar o peixe. Atualmente, a receita ganhou temperos e acompanhamentos como arroz, pirão e farofa com a chegada dos colonizadores. Tanto sucesso garantiu até um evento anual dedicado ao prato.

Kutiá

Kutiá (Foto: Turismo de Prudentópolis)


Prudentópolis, conhecida como a “Pequena Ucrânia”, preserva receitas trazidas pelos imigrantes do Leste Europeu, e entre elas está o kutiá. Essa sobremesa é feita com trigo em grãos, mel, uvas, nozes e, às vezes, frutas secas. É um prato com significado religioso, tradicional nas celebrações natalinas ucranianas.

Castropeiro


Nos Campos Gerais, a cidade de Castro batizou de “Castropeiro” um prato robusto feito com toucinho, lombo de porco, linguiça, charque, ovos e temperos. O preparo elaborado fez com que, com o tempo, surgisse uma versão mais prática: o virado tropeiro, à base de feijão preto, farinha de milho, bacon e torresmo, servido com arroz branco, ovo frito, couve e linguiça.

Borscht e Hulopti

Borscht (Foto: Freepik)


Ainda na tradição eslava, dois pratos merecem destaque. O borscht é uma sopa vibrante à base de beterraba, carne de porco e repolho, geralmente servida com nata e batatas. É reconfortante e colorida, perfeita para os dias frios. Já o hulopti, ou holubtsi, consiste em folhas de repolho ou couve recheadas com arroz, quirera, carne e temperos. É comum que as famílias usem variações, acrescentando cogumelos, trigo sarraceno ou linguiça defumada, sempre mantendo o cuidado artesanal no preparo.

Holubtsi (Foto: Freepik)