O transporte coletivo de Curitiba deve passar por mudanças significativas nos próximos anos. O novo edital de concessão, que será publicado em novembro, estabelece que a tarifa de ônibus será revisada a cada três anos. Além disso, haverá reajuste anual com base na inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), sempre em fevereiro.
Na última segunda-feira (22), a Prefeitura de Curitiba entregou ao Tribunal de Contas do Estado (TCE-PR) a documentação referente ao novo contrato. O edital prevê concessão com vigência de 15 anos e o leilão está marcado para janeiro de 2026, na Bolsa de Valores de São Paulo (B3). A previsão é de que a operação comece em junho do mesmo ano, com período de transição de até 24 meses entre a atual e a nova gestão.
Atualmente, cerca de 555 mil pessoas utilizam diariamente o transporte coletivo da capital. A passagem custa R$ 6, mas o custo real da operação, chamado de tarifa técnica, é de R$ 7,84. Essa diferença é subsidiada pela prefeitura. Segundo os documentos do novo edital, a tarifa técnica deve subir para R$ 8,03, o que deve gerar um investimento anual de R$ 230 milhões em subsídios pagos pelos cofres municipais.
Lei mantém tarifa congelada até 2027
Mesmo com os custos operacionais em alta, a tarifa para o usuário permanecerá em R$ 6 até 2027. Isso acontece por causa de uma lei sancionada em agosto de 2025, que congela o valor até a implantação definitiva da nova concessão.
Novas linhas e ampliação da frota
Uma das novidades previstas é a criação de cinco novas linhas de ônibus. Hoje, Curitiba conta com 309 linhas em funcionamento e, com a atualização, o número deve subir para 314 já no primeiro ano da nova concessão.
A frota passará de 1.189 para 1.230 veículos, com a inclusão de 41 novos ônibus. Eles deverão ser destinados às linhas de maior demanda, garantindo mais conforto e reduzindo a lotação nos horários de pico.
O edital também aposta em sustentabilidade. Atualmente, apenas oito ônibus elétricos circulam pela cidade. O novo contrato prevê a implantação de 245 veículos do tipo até 2030, transformando Curitiba em uma das capitais com maior frota elétrica do Brasil.