Franklin de Freitas

Mesmo ainda sem data para imunização contra a Covid-19 devido à falta de doses, a prefeitura de Curitiba já se prepara para vacinar o grupo de pessoas com comorbidade. A estimativa é que 300 mil curitibanos sejam imunizados nesta fase, sem contabilizar as gestantes e puerpéras, incluídas na segunda (27) no grupo.  Seguindo orientação do Ministério da Saúde, a vacinação destes pacientes será por idade, do mais velho para o mais novo. De acordo com informações da Prefeitura de Curitiba, pacientes com comorbidades que fazem parte do grupo prioritário e são acompanhados pelas unidades de saúde não precisarão apresentar nenhum documento extra. Já os pacientes acompanhados pela rede privada precisarão apresentar uma declaração do médico que o acompanha. Os detalhes sobre as informações que precisam estar nesta declaração e um modelo serão divulgados em breve.

Entre as comorbidades, haverá duas fases. Na primeira fase desse novo grupo, estão aquelas com síndrome de down de qualquer idade, doentes renais crônicos, que fazem diálise, também de qualquer idade, gestantes e puérperas de qualquer idade que tenham algum tipo de comorbidade, pessoas com comorbidades com idade de 55 a 59 anos e pessoas com deficiência permanente que estejam cadastradas no programa de benefício de prestação continuada, com idade de 55 a 59 anos

Na fase 2, serão vacinadas pessoas com idades entre 18 e 54 anos, por ordem decrescente que possuam comorbidades, deficiência permanente e que estejam cadastradas no programa de benefício de prestação continuada, além de gestantes e puérperas sem comorbidades.

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Paraná defende antecipação da vacinação de trabalhadores da Educação

Pelo Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19, o grupo de comorbidades vem depois das pessoas com 60 anos ou mais. Curitiba imunizou com a primeira dose nesta semana aqueles com 63 anos e suspendeu a vacinação de 62, 61 e 60 anos  por falta de doses. A previsão de vacinação dos comorbidades  aconteça em maio, porém, nem a secretaria de Estado de Saúde e nem as secretarias municipais de Saúde se arriscam a definir uma data diante da escassez do imunizante e da dificuldade do Ministério da Saúde em cumprir o calendário.

Londrina faz cadastro de portadores de comorbidades

A Prefeitura de Londrina resolveu se antecipar e fazer um cadastro de portadores de comorbidades.  O preenchimento dos dados está aberto desde terça (27) para a população com idade entre 18 e 59 anos, que possua comorbidade elencada no Plano Nacional de Imunização (PNI) do Ministério da Saúde (veja lista abaixo). Essas pessoas devem acessar o site da Prefeitura de Londrina, no endereço https://www4.londrina.pr.gov.br/sistemas/cadastrovacinacovidcom/. O cadastro é autoexplicativo e conta com todas as informações necessárias para seu preenchimento. Aqueles que possuem plano de saúde particular precisarão apresentar um formulário próprio da Secretaria de Saúde, preenchido pelo médico responsável pelo acompanhamento do paciente. O formulário médico deve ser entregue em um envelope fechado, junto à cópia do RG, CPF e comprovante de residência da pessoa com comorbidade, para uma das sedes das unidades escolares da rede pública municipal. As escolas e CMEIs recebem esses envelopes, das 8h às 17h. Aqueles que são atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), em uma das Unidades Básicas de Saúde de Londrina (UBSs) não precisam entregar esse envelope, pois a UBS tem todo o prontuário médico em seu sistema. Caso, após cerca de 10 dias, a pessoa entre no sistema da Prefeitura de Londrina e veja que seu cadastro não foi validado, a recomendação é que a mesma procure a UBS onde recebe atendimento, para saber o que houve. 

Gestantes divididas em dois grupos

O Ministério da Saúde enviou na segunda-feira (26) uma nota técnica orientando que todas as grávidas e puérperas (mulheres no período pós-parto) sejam colocadas no grupo prioritário para receber a vacina contra a Covid-19. Em 15 de março, o governo já tinha incluído as gestantes com comorbidades. Apesar da inclusão, o governo federal diz que primeiro devem ser vacinadas as grávidas com doenças pré-existentes. Só depois é que a outra parte do grupo deve ser divulgado. “Neste momento, é altamente provável que o perfil de risco verus benefício na vacinação das gestantes seja favorável. Portanto, o Programa Nacional de Imunizações […] decidiu por recomendar a vacinação contra a Covid-19 de todas as gestantes e puérperas e incluí-las nos grupos prioritários para vacinação”, diz a nota. A coordenadora do Programa Nacional de Imunizações, Franciele Francinato, explicou que a decisão foi tomada visto que grávidas e puérperas têm risco maior de hospitalização por Covid-19. O puerpério, também conhecido como resguardo, é o período que vai desde o nascimento do bebê até entre 45 e 60 dias após o nascimento.

Comorbidades, segundo Plano Nacional de Vacinação

Diabetes

Pneumopatias crônicas graves

Hipertensão arterial resistente

Hipertensão arterial estágio 3

Hipertensão arterial estágios 1 e 2 com lesão em órgão-alvo e/ou comorbidade

Doenças cardiovasculares

Insuficiência cardíaca

Cor-pulmonal e  Hipertensão pulmonar

Cardiopatia hipertensiva

Síndromes coronarianas

Valvopatias

Miocardiopatias e pericardiopatias

Doenças da aorta, dos grandes vasos efístulas arteriovenosas

Arritmias cardíacas

Cardiopatias congênita no adulto

Próteses valvares e dispositivos cardíacos implantados

Doença cerebrovascular

Doença renal crônica

Imunossuprimidos

Anemia falciforme

Obesidade mórbida (com índice de massa corpórea igual ou superior a 40

Síndrome de Down

Cirrose hepática.