
A procissão da Nossa Senhora da Luz do Pinhais, padroeira de Curitiba, reuniu centenas de fiéis no Centro da cidade neste domingo (8). A evento foi realizado pela Arquidiocese de Curitiba.
O prefeito de Curitiba, Eduardo Pimentel, participou da cerimônia: “É uma alegria participar da procissão e da coração da nossa padroeira pela primeira vez como prefeito. Participei nos últimos oito anos como vice-prefeito ao lado de Rafael Greca e agora estou aqui. Que a Nossa Senhora da Luz do Pinhais abençoe a nossa cidade”, disse ele.
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O dia de homenagens à padroeira Nossa Senhora da Luz do Pinhais começou às 8h30 coma missa de abertura na Catedral Basílica Menor de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais. Houve Missa Solene, coroação e repicar dos sinos. À tarde, a programação contou com recitação do terço e e bênção com santíssimo.
A procissão começou às 16 horas com coroação da imagem da santa e às 17 horas, missa de encerramento.
Tema da festa
A festa deste ano trouxe como tema “Mãe Peregrina de Esperança”, recordando que Maria, ao caminhar com o povo, é sinal de confiança em Deus e de esperança para a cidade e para a vida de cada fiel.
Segundo a Arquidiocese de Curitiba, mais do que uma tradição, o Dia da Padroeira é um convite para renovar a fé, agradecer e pedir a intercessão de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais pela cidade, pelas famílias e por todos os que necessitam de esperança e consolo.
Sobre a padroeira de Curitiba
A devoção a Nossa Senhora da Luz é de origem portuguesa, de meados do século XV (c. 1463). O humilde português Pero Martins, de Carnide (hoje distrito de Lisboa) foi levado como prisioneiro pelos árabes muçulmanos para o Magreb (norte da África). Em seu cativeiro, todas as noites rezava incessantemente à Santíssima Virgem Maria, pedindo que o livrasse da prisão. Atendendo a seu pedido, Maria apareceu-lhe em sonho por trinta noites consecutivas, prometendo a seu filho Pero Martins que o livraria da prisão no final destas trinta noites, sendo que na manhã seguinte este se encontraria em Carnide.
E assim foi feito: Pero Martins, na manhã do trigésimo primeiro dia encontrava-se em sua cidade natal, e foi cumprir o que lhe havia mandado a Santa Maria, de ir buscar uma milagrosa imagem sua junto à Fonte do Machado, onde muitos curiosos já viam, há cerca de um mês, uma misteriosa luz vir dali.
Pero Martins recolheu a imagem e colocou-a à veneração dos fiéis, onde foi construída uma igreja, incrementada artisticamente graças ao mecenato da princesa Dona Maria, filha do rei Dom Manuel I.
A escolha de Nossa Senhora da Luz como padroeira de Curitiba foi dos primeiros povoadores, especialmente do paulista Suares do Vale, fugitivo de São Paulo, que deu nos “campos de Curityba” e depois de mandar trazer sua família, que veio acompanhada de outras grandes famílias, fez morada às margens do Rio Atuba (atual Parque Histórico de Curitiba). Junto do Atuba surgiu a Lenda da Fundação de Curitiba, que conta que a imagem da santa todos os dias amanhecia virada para onde hoje é a Praça Tiradentes. Os povoadores decidiram então se mudar para a região, pedindo ao Cacique dos Campos de Tindiquera que lhe indicasse o local adequado. O cacique, então, fincou uma grande vara no chão, exclamando “Core-tuba” (“muito pinhão), e ali os povoadores se assentaram, onde hoje é o marco-zero da cidade, construindo uma pequena capela dedicada à Virgem da Luz dos Pinhais por voltar de 1654.
O patrocínio exclusivo de Nossa Senhora da Luz ‘dos Pinhais’ para Curitiba é advindo desta denominação da terra, cheia de pinhão, uma floresta de pinheirais/pinhais. A devoção particular foi reconhecida pela Santa Sé apenas em 1995, com decreto do papa São João Paulo II, em cujo mesmo decreto a declarou padroeira municipal de Curitiba; nossa cidade é uma das poucas no país cuja a padroeira municipal é declarado pelo Sumo Pontífice.